São Paulo, domingo, 4 de fevereiro de 1996
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Previdência também está mal

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

O segundo grande caixa do governo federal é a Previdência, uma conta separada do Tesouro Nacional. Para Raul Velloso, a Previdência "passa pela pior situação dos últimos anos".
Há três tipos de despesas no orçamento da Previdência: o pagamento dos benefícios (aposentadorias, pensões); pessoal; e custeio da máquina administrativa.
Os benefícios são pagos com a arrecadação sobre as folhas de salários. Toda a arrecadação é consumida. Não há sobras, o que é problemático.
Se o governo conceder 20% de reajuste para o salário mínimo, que é a inflação ocorrida, começa a faltar dinheiro.
Isso porque os benefícios da Previdência são vinculados ao salário mínimo.
A altenativa aqui, indica Velloso, é o aumento de arrecadação. Ele lembra que já foi aprovada a contribuição dos autônomos e sobre pagamento de remuneração na forma de pró-labore (por serviço prestado).
Caixa
A depesa de pessoal da Previdência já é paga pelo caixa do governo federal.
E o custeio está sendo coberto com a receita financeira obtida com a aplicação do caixa da Previdência.
Esse caixa deve estar hoje em R$ 2 bilhões, calcula Velloso. Com inflação e juros cada vez mais baixos, essa receita financeira tende a diminuir.
Nesse ritmo, acredita o economista, no final do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1998, o caixa estará inteiramente consumido.
Conclusão: se nada for feito que mude a estrutura de gastos, a Previdência, já no final do período de FHC, precisará do socorro do caixa central do governo, que já não vai bem.
Em resumo, diz o economista, tudo depende agora do ajuste do setor público.
(CAS)

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