São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996
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Entendimentos foram iniciados há 50 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

As negociações para que o Brasil comprasse o gás boliviano começaram há 50 anos. As primeiras conversações ocorreram no governo Getúlio Vargas, na década de 40. A Bolívia era presidida por German Busch.
Os entendimentos ganharam novo impulso nos anos 70, quando Brasil e Bolívia viviam sob regimes militares. Em 1974, os presidentes Ernesto Geisel e Hugo Banzer iniciaram efetivas negociações.
Mas o acordo só foi para o papel em fevereiro de 1993, quando Brasil e Bolívia assinaram uma declaração autorizando o contrato de fornecimento de gás entre a Petrobrás e a YPFB (Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos).
Em agosto de 1994, os presidentes Itamar Franco, do Brasil, e Gonzalo Sanchez de Lozada, da Bolívia, assinaram os termos definitivos do acordo. A previsão era de que a operação entre os dois países começaria em 1997.
No acordo de 1994, foi estabelecida a composição acionária das empresas envolvidas na construção e operação do gasoduto. Do lado brasileiro, a Petrobrás seria majoritária, com a participação de 51%.
Ainda do lado brasileiro, participa o consórcio BTB, constituído pelas empresas British Gas (inglesa), Tenneco (americana) e BHP Power (australiana). As três têm 25% do controle acionário.
A estatal boliviana YPFB tem direito a 20% do negócio, ficando os 4% restantes com grupos privados brasileiros. Pela Bolívia, a YPFB terá a participação de 85%. Petrobrás e BTB terão 15%.
Para a Bolívia, é fundamental a venda de seu gás ao Brasil. O negócio vai aumentar seu Produto Interno Bruto e ajudar a equilibrar o déficit de sua balança comercial com o país, de US$ 200 milhões.
Para o Brasil, o projeto também é importante. Ele significa o começo da mudança da matriz energética do país, que substituirá o óleo combustível utilizado na indústria pelo gás natural, principalmente na região Sudeste do país.

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