São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996 |
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Mortos em terremoto na China já são 240
JAIME SPITZCOVSKY
Equipes de resgate, reforçadas por 2.000 soldados, procuram vítimas sob os escombros das mais de 186 mil casas destruídas. Há pelo menos 300 mil desabrigados. No sábado à noite, o terremoto sacudiu a região de Lijiang, sudoeste do país e a 2.000 km da capital, Pequim. O tremor atingiu 7 pontos na escala Richter (que é aberta, mas cujo máximo já registrado foi 9). A Cruz Vermelha da China pediu ajuda internacional. Ela enviou cinco equipes médicas e 900 mil yuans (US$ 108 mil) em comida, remédios, roupas e cobertores. O número de mortos pode passar de 300. Muitas pessoas se recusam a voltar para casa com medo de um novo terremoto. Mais de 160 tremores menos intensos foram registrados depois do terremoto de sábado à noite. Dezoito deles registraram mais do que 4 pontos na escala Richter e causaram novos danos. Helicópteros do Exército traziam barracas, comida e remédios. Na volta, levavam os feridos. Segundo as autoridades de Lijiang, falta medicamento. Foram registrados muitos casos de gripe e resfriados. Durante a noite, a temperatura cai para -3°C naquela região montanhosa. O líder de uma equipe de resgate morreu em operação de salvamento. Foi soterrado pelos escombros de uma casa que desabou pouco depois de duas crianças feridas terem sido retiradas. Hospitais receberam 3.700 feridos em estado grave. Como não havia mais leitos disponíveis, vítimas começaram a ser levadas para Kunming, capital de Yunnan, a Província onde fica Lijiang. Turistas estrangeiros foram retirados de seus hotéis e passaram a noite em volta de fogueiras na praça central de Lijiang. O turismo representa uma das principais fontes de renda da região e se apóia na beleza de lagos e montanhas e nas tradições da minoria étnica local, os naxi. Um turista estrangeiro ficou gravemente ferido, segundo a agência de notícias chinesa "Xinhua". Ela não divulgou a nacionalidade da vítima. Cerca de 10% das casas do bairro histórico de Lijiang desabaram. A cidade ficou sem eletricidade, água encanada e a maioria das linhas telefônicas foi cortada. No mês passado, especialistas chineses avisaram sobre a possibilidade de forte terremoto naquela região. Em 1988, um tremor na Província de Yunnan deixou 939 mortos e 4.000 feridos. Atingiu 7,6 pontos na Richter. A região também foi abalada em outubro passado por um terremoto de 6,5 pontos na escala Richter. Na tragédia 44 pessoas morreram e 237 ficaram feridas. Texto Anterior: ANISTIA INTERNACIONAL Próximo Texto: Atividade sísmica é intensa, diz especialista Índice |
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