São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996
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Atividade sísmica é intensa, diz especialista

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

A China atravessa um período de intensa atividade sísmica, o quinto neste século, mas a região de Lijiang não deve sofrer grandes terremotos num futuro próximo, disse Li Xuanhu, um dos diretores do Centro de Sismologia da China.
Li não falou sobre riscos de tremores em outras partes do país. A etapa anterior de intensa atividade começou em 1966. Em 1976, seu último ano, ocorreu o abalo na cidade de Tangshan (nordeste), que matou 242 mil pessoas.
O terremoto de sábado compõe o período iniciado em 1988, com um tremor que também atingiu a Província de Yunnan.
Ontem, 50 especialistas chineses viajaram àquela região para instalar novo equipamento que vai monitorar a atividade sísmica.
Li Xuanhu não falou sobre previsão para o final do atual período de intensa atividade sísmica.
O tremor de sábado foi o pior na região de Lijiang desde 1474. O terremoto mais devastador da história chinesa foi em 1556, na Província de Shaanxi (centro-norte). Matou 830 mil pessoas.
A China tem uma antiga tradição de manter arquivos detalhados sobre terremotos. Em Lijiang, por exemplo, foram registrados 23 "tremores sérios" desde 1474.
A Província de Yunnan já registrou três terremotos desde 12 de julho do ano passado.
"Ter uma sucessão de três terremotos sérios numa determinada área em cerca de seis meses é um fenômeno bastante incomum nos últimos anos", disse Li Xuanhu em entrevista à TV chinesa.
A China, diferente de países ricos, como EUA e Japão, dispõe de poucos recursos para enfrentar terremotos. São raras as construções com mecanismos para tentar evitar o impacto do tremor.
Até mesmo terremotos em regiões poucos populosas, como a Província de Qinghai (pronuncia-se tchinhai), podem deixar saldo elevado de vítimas. Em Qinghai, em 1990, um tremor matou 120 pessoas.
(JS)

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