São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996 |
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Líder do PC russo oferece estabilidade
CLÓVIS ROSSI
Ziuganov tornou-se a maior atração do Fórum-96, a ponto de ter sido levado ao que pode ser chamado de o primeiro debate entre candidatos ao pleito de junho. O líder do Partido Comunista (PC) estava ao lado de Grigori Iavlinski, o mais liberal dos políticos russos no momento, pelo menos dos que têm chances eleitorais. O moderador era de luxo: o senador Bill Bradley, político democrata de New Jersey (EUA). Nas respostas, os dois russos foram coerentes com a imagem que se faz deles. Ziuganov foi mais esquerdista, se o termo é ainda aplicável, e demonstrou uma ponta de nostalgia pela velha União Soviética. Exemplo: quando Bradley pediu um simples sim ou não à pergunta sobre o apoio de cada um ao Start-2, Iavlinski só disse "sim, apóio". O Start-2 é o acordo para a redução conjunta do arsenal convencional dos EUA e Rússia. Ziuganov preferiu dizer que se a Otan (aliança militar ocidental, criada para fazer frente à ex-URSS) se expandir para o Leste europeu, "lançará uma sombra sobre o Start-2". É uma maneira de dizer que a Rússia se sentiria ameaçada de novo pelo antigo inimigo e, portanto, não correria o risco de um desarmamento maciço. Divergiram também na posição sobre a Tchetchênia. Iavlinski prega a retirada das tropas russas. Ziuganov acha simplista essa proposta e teme que ela conduza a uma acentuação de atentados terroristas no próprio território russo, eventualmente se espalhando pela Europa. Só concordaram em duas coisas: em criticar duramente Boris Ieltsin, o atual presidente russo, e certamente o adversário de ambos em junho, e em defender uma reaproximação da Rússia com os países que faziam parte da antiga União Soviética. Não para reconstituir a antiga URSS, mas para formar um "mercado comum" (Iavlinski) ou algo mais ambicioso como a União Européia, para Ziuganov. Os dois permitiram-se brincar quando Bradley quis saber porque cada um se considerava melhor que Ieltsin. Porque tenho 11% nas pesquisas e ele apenas 4%", brincou Iavlinski. Nesse caso, tenho 14%", afirmou Ziuganov. Texto Anterior: Seminário compara a transição política de Brasil e África do Sul Próximo Texto: Arafat faz críticas a Israel Índice |
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