São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ministério da Agricultura apura irregularidades nos fertilizantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Levantamento feito pelo Ministério da Agricultura, no segundo semestre de 95, constatou que 16% dos fertilizantes e 21,88% dos corretivos agrícolas analisados apresentam irregularidades.
Segundo o diretor em exercício do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do Ministério, Élcio Vilela Azevedo, o percentual de fertilizantes irregulares é quase o dobro do encontrado nos Estados Unidos, União Européia e Japão.
Entre as irregularidades, a mais comum é a menor quantidade de elementos na composição do produto, em relação à informação impressa na embalagem.
As normas do Ministério da Agricultura permitem variação de 10% a menos na composição do produto. A fiscalização constatou percentuais muito superiores ao limite permitido.
Foram analisadas pelo Departamento 6.000 amostras, totalizando 510 mil t de fertilizantes sólidos (5,1% da produção nacional em 95), 1,8 milhão de t de corretivos (30% da produção do país) e 450 mil litros de fertilizantes líquidos.
O ministro da Agricultura, José Eduardo de Andrade Vieira, havia prometido divulgar a lista das empresas com produtos irregulares na última quinta-feira.
Recuou, porém, atendendo a pedido do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal. Os técnicos do departamento estão fazendo uma revisão dos 905 autos de infração aplicados.
"Não queremos deixar brechas para as empresas apresentarem recursos", afirma Azevedo.
A perícia é feita conjuntamente por químicos dos laboratórios oficiais e das empresas, quando estas contestam os resultados.
O Ministério quer divulgar uma lista de empresas esta semana.
As regiões Norte e Centro-Oeste tiveram o maior índice de fertilizante irregulares (15,05%), seguidas pelo Nordeste (14,99%), Sul (12,59%) e Sudeste (8,88%).
Procurado pela Folha nas últimas quarta-feira e quinta-feira, o presidente do Siacesp (Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos no Estado de São Paulo), José Fernando Sampaio, não atendeu a reportagem.

ONDE SABER MAIS:
Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal, Ministério da Agricultura, Anexo B, sala 305 B, Brasília (DF), CEP 70.043-000.

Texto Anterior: Importação poderá chegar a 2 milhões de t
Próximo Texto: Pesquisa sobre desmatamentos na Amazônia recebe US$ 1 milhão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.