São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996 |
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Flexibilização opõe centrais e Fiesp
SUZANA BARELLI; ANTONIO CARLOS SEIDL; ANA MARIA MANDIN
"O Brasil seria o primeiro país do mundo a conseguir gerar emprego a partir das reduções de direitos. Por enquanto, isso não ocorreu em país algum", diz Heiguiberto Guiba Navarro, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD. "Jamais vamos concordar com uma solução para a crise que reduza direitos", disse o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva. Luiz Antônio de Medeiros, presidente da Força Sindical, também critica a proposta do governo, de flexibilizar 12 dos 34 direitos sociais dos trabalhadores previstos na Constituição. A idéia é revelada em documento sigiloso do ministro Paulo Paiva (Trabalho), publicado pela Folha no domingo. "Ninguém garante que a flexibilização trará vantagens ao trabalhador. Do jeito que está, o fim dos direitos trabalhistas pode virar lucro do empresário e não redução de custos ou mais emprego." "Não dá para aceitar essa discussão", diz Sérgio Mendonça, diretor-técnico do Dieese (órgão de assessoria sindical). Fiesp A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) apóia a idéia do ministro. "A tese da Fiesp é a flexibilização, a partir de negociação", disse Boris Tabacof, diretor titular do Departamento de Economia da Fiesp. Segundo Tabacof, a posição da Fiesp é que tudo que for possível deve ser discutido no nível da negociação entre empresas e empregados. Tabacof disse que a proposta de Paiva se aproxima do que a Fiesp vem defendendo que é a flexibilização das relações de emprego. Carlos Eduardo Uchoa Fagundes, diretor titular do Dempi (Departamento da Micro e Pequena Indústria), da Fiesp, disse que a indústria paulista é a favor de mais salário direto e menos indireto. "É preciso fazer uma desoneração da mão-de-obra, com umacordo enre as partes, para sermos competitivos com o mundo todo". (Suzana Barelli e Antonio Carlos Seidl) Texto Anterior: STF vê retrocesso em proposta Próximo Texto: GLOSSÁRIO Índice |
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