São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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Fazendeiros do Pontal e Incra fazem acordo

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Incra e os fazendeiros do Pontal do Paranapanema (SP) acertaram os ponteiros. Só que o relógio de ambos persiste em descompasso com o dos sem-terra, que consideraram "frustrante" a nova rodada de negociação com o governo, ontem em São Paulo.
O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) vai negociar até o final de março o pagamento das benfeitorias de 11 fazendas no Pontal. Os fazendeiros esperam avaliação mais elevada do que a feita pelo governo paulista.
Segunfo Raul do Valle, presidente interino do Incra, o Estado passará a ter 100% da área de cada fazenda, assim que cada acordo for fechado com os fazendeiros.
"O que os fazendeiros querem é um 'chorinho', uma parte em dinheiro. O resto será pago em títulos da dívida agrária", disse Valle.
Os fazendeiros se comprometeram a não entrar com recursos para sustar as liminares que deram ao governo paulista 30% da área de cada fazenda até o fim da negociação. O Estado as 11 fazendas para fazer os assentamentos.
Tudo estaria bem se o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o secretário de Justiça, Belisário dos Santos Jr., não tivessem tido, na sequência, um encontro de surdo e mudo.
O MST esperava "um plano de metas" para os lotes provisórios dados a 1.050 famílias em dezembro. "Admito que a situação é precária, mas é o início de um processo", disse Santos.
O governo vai anunciar nos próximos dias novas áreas provisórias para assentar 1.050 famílias.
"Não entendi areunião. Nem soube do acordo com os fazendeiros. Nós não vamos ficar parados", disse Zelitro Luz, do MST.

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