São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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Ministério negocia apoio das estatais para esporte

VIVALDO DE SOUSA

VIVALDO DE SOUSA; SÉRGIO KRASELIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E

SÉRGIO KRASELIS
O Ministério dos Esportes assumiu a condição de negociador da aplicação dos recursos das empresas estatais às modalidades esportivas.
Ao contrário de 95, quando o ministério repassou cerca de R$ 5,7 milhões de seu próprio orçamento para alguns esportes, o órgão já negocia com quatro estatais um pacote de patrocínio às modalidades com chances de medalhas nos Jogos de Atlanta.
Quatro desses esportes já estão com patrocinadores definidos: o Banco do Brasil apóia o vôlei, os Correios bancam a natação, a Caixa Econômica Federal incentiva o basquete e a Telebrás, o atletismo.
No ano passado, o ministério obteve R$ 12,4 milhões dessas estatais, destinados ao patrocínio das modalidades citadas. Só o BB gastou R$ 7,8 milhões com o vôlei.
Para este ano, o BB depende da aprovação, no Congresso, do orçamento da União para saber o montante a ser atribuído ao vôlei.
O ministro Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, quer mais recursos das estatais para esportes com chances de bons resultados em torneios internos e no exterior.
Com isso, o ministério pode destinar a maior parte de sua verba aos esportes sociais (não voltados para a competição), segundo o presidente do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto, Asfilófio de Oliveira Filho.
A estratégia é encarada como uma "política de governo". Segundo Oliveira, os convênios que estão sendo firmados neste ano prevêem que a empresa estatal financiará todos os eventos de uma mesma modalidade. O volume de recursos ainda não foi fechado.
Em 1995, por exemplo, a Telebrás destinou R$ 2 milhões para o atletismo. Segundo Soichi Kishi, 43, gerente de comunicação da empresa, a estatal este ano pretende apoiar só eventos com retorno garantido, como o Troféu Brasil.
Já a CEF, que gastou R$ 1,4 milhão, estuda projeto da Confederação Brasileira de Basquete.
"O patrocínio ainda não está fechado, mas a tendência é a renovação", diz Flávio Spíndola Pinto, 28, gerente de marketing da Sportlink, empresa que representa a CBB nas negociações com a CEF.
Os Correios destinaram R$ 1,2 milhão para a natação. "Nossa expectativa é que os valores sejam maiores em 96", disse Oliveira.
A parceria das estatais com o ministério foi uma forma encontrada no governo para aplicar melhor a verba publicitária e de patrocínio prevista para os esportes.
A empresa entra com os recursos e o ministério analisa que eventos e projetos podem ser patrocinados. Assim, a estatal não precisa definir onde os recursos serão usados -economizando pessoal- e o ministério ganha mais dinheiro para suas atividades.

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