São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"No Mundo da Lua" tem nova chance

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

É improvável que algum escritor tenha colaborado mais para o cinema tornar-se uma expressão artística do que Charles Dickens.
Foi ele que inspirou D.W. Griffith, que de algum modo pesou na ção da montagem, isso na década de 10. A idéia de articulação dos acontecimentos para contar uma história -alternâncias, altos e baixos, paralelismos, contrastes- transformou-se no conceito fundador do cinema.
Seu "David Copperfield" mereceu uma adaptação de George Cukor tida como clássica, dos anos 30. Mas, apesar de W.C. Fields estar no elenco, não é um de seus principais trabalhos. Visto hoje, está mais para filme velho do que para filme antigo (apesar das virtudes).
A versão feita para a TV em 1970, que a Record exibe hoje (às 13h45), tem a seu favor uma penca de monstros sagrados do teatro e do cinema britânicos: Laurence Olivier, Michael Redgrave, Ralph Richardson, Richard Attenborough etc.
Mas tudo isso não substitui uma alma. E alma é alguma coisa que nunca esteve presente nos filmes de Delbert Mann, inclusive no celebrado "Marty", que ganhou o Oscar de melhor filme de 1955.
É inversa a situação de Robert Mulligan, o cineasta de "Verão de 42" (1971), de quem a Globo exibe "No Mundo da Lua", de 1991 (às 22h40).
Nos 20 anos que separam um filme do outro, o mundo daqui -não o da Lua- parece ter mudado o bastante para relegar um cineasta marcante pela delicadeza e pela pureza de sentimentos ao limbo dos ultrapassados.
Novamente ele volta ao passado -a 1957- para mostrar uma história de amores cruzados. O filme foi recebido mornamente. A TV lhe dá nova chance.

Texto Anterior: Vera Fischer! Fundo de poço tem mola!
Próximo Texto: França destaca-se duas vezes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.