São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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Mostra de Lina Bardi é produto de exportação

KATIA CANTON
ESPECIAL PARA A FOLHA

A maior arquiteta que o Brasil já teve torna-se também um dos grandes produtos de exportação da cultura nacional.
Organizada pelo Instituto Lina Bo e P. M. Bardi desde 1990, quando a instituição foi fundada, a retrospectiva da obra arquitetônica e de design de Lina foi inaugurada no Masp, em São Paulo, em 1993.
A partir de então percorreu dez capitais européias, de Lisboa a Helsinki, além do México e de 17 cidades brasileiras.
No dia 2 de fevereiro, foi inaugura em Caracas, Venezuela, iniciando a maior itinerância recente de uma exposição brasileira.
Daqui, onde fica até 3 de março, na Universidade de Caracas, a mostra vai para Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina), Montevidéo (Uruguai), Santiago do Chile e Assunção (Paraguai).
O Instituto Lina Bo e P. M. Bardi tem uma história tão recente quanto prolífera. Foi fundado em 1990, quando os Bardi venderam ao Tóquio Fuji Art Museum a obra-prima "Retratos de Don Sebastian Gabriel de Borbony Braganza", do pintor espanhol Francisco Goya. Com o dinheiro criou-se, na casa de vidro, construída no Morumbi, em São Paulo, então residência do casal, o Instituto Quadrante.
Com a morte de Lina, em 1992, o nome do órgão mudou para Instituto Lina Bo e P. M. Bardi.
A inauguração da temporada da exposição de Lina Bo Bardi na América do Sul na Universidade de Caracas é emblemática. Patrimônio histórico e artístico nacional e futuro patrimônio da humanidade pela Unesco, a Universidade é um museu vivo de arte moderna.
Projetado pelo grande arquiteto modernista Carlos Raul Villanueva, a Cidade Universitária começou a ser construída em 1948, numa época em que imperava uma estética arquitetônica grandiosa e fascista. Lina e Villanueva partilhavam preocupações humanistas.
Durante os 30 anos de sua execução, a universidade se estruturou como uma "síntese das artes".
Seus muros são painéis cobridos, assinados por Fernand Léger, Victor Vasarely, Mateo Manaure. As esculturas que rodeiam os edifícios são de autoria de Jean Arp, Jesus Soto, Alexander Calder.
(KC)

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