São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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'Orquídea' retrata o universo feminino

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Espetáculo: "Orquídea", com Clarisse Abujamra
Quando: hoje a sábado às 21 h e domingo às 20h
Onde: Teatro do Sesc Pompéia (Rua Clélia, 93; tel. 864-8544)
Ingressos: R$ 15,00 e R$ 7,50 (classe artística e comerciários)

Com o espetáculo "Orquídea", que apresenta a partir de hoje no Teatro do Sesc Pompéia, Clarisse Abujamra associa dança e teatro para interpretar cenas da vida cotidiana sob a ótica feminina.
Quase sempre sozinha em cena, Clarisse desenvolve 25 quadros protagonizados por personagens como uma menina de rua ou uma madame dentro de uma cozinha. "Nestes flashes sem começo, meio ou fim, pode surgir, de repente, um texto sobre a separação", ela diz.
"Coloco em cena o ponto nevrálgico de cada situação. Hoje a violência de nosso dia-a-dia supera qualquer coisa que o teatro possa transmitir. Por isso, preferi trabalhar com coisas muito simples, para que a platéia se delicie com detalhes cotidianos que já não nos tocam mais".
Em clima intimista, "Orquídea" será encenada para platéias reduzidas, de 120 pessoas por récita, que se acomodam no próprio palco. "O espaço cênico é uma semi-arena, em forma de ferradura".
Dirigidos por Clarisse, quatro coreógrafos participaram da concepção de "Orquídea": Sonia Mota, Leila Garcia, Laurita Castro, Rossio Infante e Vítor Costa. A direção teatral é de Ivan Feijó e as músicas são de André Abujamra.
Os cenários de Daniela Thomas, todo em arame, contrastam com a delicadeza que Clarisse procura imprimir aos movimentos.
Fernando Pessoa e Anna Akhmatova são alguns dos autores dos textos que permeiam as coreografias. No decorrer do espetáculo, Clarisse divide a cena, por breves momentos, com Tatiana Pissarra, cuja participação só interfere na composição visual de certos quadros.
A última atuação de Clarisse como bailarina foi em 1989, quando Val Folly a dirigiu em "Provocações". " 'Orquídea' talvez seja minha despedida dos palcos neste gênero de espetáculo, pois meu corpo, aos 47 anos, me faz repensar os movimentos", afirmou.

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