São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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Papa inicia viagem à América Latina

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O papa João Paulo 2º deve reunir hoje 500 mil pessoas em uma missa na Guatemala. O país é sua primeira escala na viagem pela América Latina.
Ele chegou ontem à Guatemala às 16h25 (20h25 em Brasília). Logo após descer do avião, João Paulo 2º fez um apelo pelo fim da violência no país.
"Não deixei de pedir que sejam feitos todos os esforços necessários para deter o estrondo da guerra, por mais que o caminho da paz seja árduo", disse.
O papa disse ter a esperança de que a Guatemala chegará a um acordo de paz para acabar com 35 anos de luta de guerrilhas. "Hoje se vislumbra no horizonte o momento da assinatura dos acordos que colocarão fim à história de guerra e violência."
O avião em que viajou não sobrevoou Cuba, e por isso João Paulo 2º não enviou a Fidel Castro o telegrama que manda aos líderes dos países que sobrevoa.
A passagem por Cuba, autorizada pelo governo, foi cancelada por causa dos fortes ventos sobre a ilha. O piloto percebeu que, por aquela rota, a chegada à Guatemala aconteceria cedo demais, causando algum constrangimento.
A viagem já começou tensa por causa de um incidente ocorrido na noite de anteontem. Guarda-costas do governo guatemalteco mataram um homem em um suposto atentado contra o presidente do país, Alvaro Arzú Irigoyen.
O presidente e sua mulher, Patricia, passeavam a cavalo pela cidade colonial de Antigua Guatemala (45 km a oeste da Cidade da Guatemala), onde Arzú tem casa, quando um carro desgovernado foi em direção à montaria do presidente. O motorista, Pedro Aroldo Sas, 24, foi alvejado e morreu.
O pai dele disse que Sas era um leiteiro na cidade e sofrera um acidente, por isso o carro desgovernado ia em direção à comitiva do presidente. Segundo o governo, não foram encontradas armas no carro, o que leva as autoridades a imaginar que Sas não era ligado a grupos terroristas, mas que estava drogado ou bêbado.
O incidente não deve alterar a agenda da visita do papa, mas causa tensão no país. O papa disse, durante a viagem, que deve pedir mais justiça social em sua visita, que inclui ainda Nicarágua, El Salvador e Venezuela.
Em Caracas, capital da Venezuela, 1,2 milhão de pessoas são aguardadas na recepção ao papa, que terá um coro de 800 vozes.
Hoje ele vai à cidade de Esquipulas, considerada "capital da fé" na América Central, onde são aguardados 500 mil fiéis. As fronteiras com El Salvador e Honduras estarão abertas até quinta-feira.

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