São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996 |
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Megadúvidas A história brasileira recente tornou suspeitos por natureza os megaprojetos. E com razão. A lista de obras faraônicas mal justificadas, hiperfaturadas e inconclusas é vergonhosa, para dizer o menos. O risco de alongar-se cada vez mais a lista aumenta com a revelação pela Folha de que outro megaprojeto, agora de um gasoduto de 3.000 quilômetros entre a Bolívia e o Brasil, está eivado de suspeitas de ordem técnica e financeira. Com um custo final que pode chegar a US$ 5 bilhões, o projeto é criticado por técnicos brasileiros e por auditores internacionais. O mais preocupante no plano é o desencontro de estimativas quanto ao potencial de fornecimento de gás pela Bolívia. Se não há consenso nem sequer sobre a quantidade de matéria-prima a ser objeto do contrato, o que dizer de todo o resto? O gasoduto foi projetado antes da gestão FHC. À semelhança do Sivam, os críticos cobram do novo governo a revisão cabal do projeto. Com tantos recursos envolvidos, as dúvidas são oportunas e as respostas, urgentes. Texto Anterior: A força do tráfico Próximo Texto: A democracia eletrônica Índice |
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