São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
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Nova mina provoca 'corrida' de empresas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O anúncio da descoberta pela CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) de uma jazida de 150 toneladas de ouro em Curionópolis (PA) deu um novo ânimo ao setor mineral no país.
O anúncio embalou a abertura do subsolo brasileiro às empresas internacionais que atuam na área.
Na última sexta-feira, um dia após o anúncio oficial da descoberta, o Ministério de Minas e Energia atendeu à reivindicação de companhias interessadas em operar no Brasil.
Foram liberadas seis autorizações de funcionamento no território nacional.
Até o ano passado essas empresas eram proibidas pela Constituição de operar no país, mas esse princípio foi revisto pelo Congresso no ano passado.
Três das empresas que obtiveram autorização de funcionamento são dos Estados Unidos (Phelps Dodge, Barrick, Home Stake), uma é da África do Sul (Ambrast), outra é do Canadá (Placer Dome) e uma última é da Austrália (PHP).
Os três países são tradicionalmente grandes exploradores das riquezas minerais.
Investimento
Cálculos do governo brasileiro estimam que essas empresas deverão investir anualmente cerca de R$ 200 milhões somente em pesquisa mineral.
A pesquisa se destina a comprovar, ou não, a existência de jazidas no subsolo.
Os técnicos estimam que outro grande valor -ainda inestimado- deverá ser colocado no mercado para a compra de concessões das lavras minerais.
Elas hoje estão em poder de mineradoras nacionais ou em vias de retornar ao controle do Estado.
Atualmente, esses investimentos no setor mineral estão em torno de R$ 60 milhões, dos quais a metade sai da Companhia Vale do Rio Doce.
Mina
A descoberta de uma jazida de ouro pela Vale do Rio Doce não vai alterar a disposição do governo de privatizar a empresa.
A informação foi dada ontem pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, em entrevista à Rádio Nacional.
A jazida de ouro foi descoberta em Curionópolis (PA). Mendonça de Barros disse que isso deve aumentar o preço de venda da empresa.
José Serra, ministro do Planejamento, havia feito a mesma afirmação anteontem no Rio.
"Temos que ficar felizes com a descoberta porque o valor da companhia aumenta", afirmou. Segundo ele, isso deve ser levando em consideração na privatização.
Mas o grande avanço no programa de desestatização, segundo o secretário, será o processo de privatização das concessões públicas.
Ele não citou nenhuma estimativa de quanto o governo espera economizar com isso.
Mendonça de Barros afirmou que desconhece qualquer alteração no programa por conta de descoberta de novas jazidas de minerais.

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