São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996 |
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CBN
NELSON DE SÁ
A rede nacional de rádio que o âncora Heródoto Barbeiro fez surgir da Excelsior (a qual, um dia, foi contra o antigo regime) é uma breve revolução, menos na cobertura de política, mais na própria política. Mas o fato é que a CBN faz mesmo as vezes da CNN. É uma CNN dos pobres, como já qualificaram. Dos pobres, mas muito disputada. Ontem, o próprio Fernando Henrique entrou com gravação de elogios ao rádio e à CBN, em especial. Exemplos: - Eu sou e sempre fui um admirador do rádio. - O progresso nos trouxe a televisão, mas o rádio... ah, o rádio é insuperável. - Nenhum veículo é tão próximo dos acontecimentos como o rádio, que é rápido, versátil, eficiente. Etc. etc. Apesar do tom populista do presidente, que quando fala no rádio acredita estar falando com imbecis, um vício do Palavra do Presidente, ele está certo quanto aos adjetivos. A própria CBN, ou Globo, pensa assim. Tanto que estreou esta semana nova programação e novos âncoras -com mais tempo ao Jornal da CBN, em três edições diurnas. Os âncoras começaram com credos de trabalho: "Notícias de última hora, bastidores. E mais: tudo o que poderá acontecer", prometeu Sidney Rezende. "O que nós queremos é transparência, do Legislativo, Executivo. Sempre de telefone aberto, para o cidadão colocar o aplauso, a crítica", prometeu Maria Lídia, de São Paulo. "Todos os temas, sob todos os pontos de vista, permitindo a você formar sua opinião. Isso é construção de cidadania", prometeu Chico Pinheiro. É, mas a CBN é da Globo. E podia ter algum, um único que fosse, comentarista político -mas não pode. Tem quatro comentaristas econômicos, mas comentarista político, não, nenhum. Texto Anterior: Nova mina provoca 'corrida' de empresas Próximo Texto: Para TCE-RJ, gestão do Bozano é irregular Índice |
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