São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente do TST critica flexibilização

OLÍMPIO CRUZ NETO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), José Ajuricaba da Costa, criticou ontem a iniciativa do governo de flexibilizar os direitos sociais dos trabalhadores que estão previstos na Constituição.
"É um retrocesso que não vai solucionar o problema do desemprego", disse.
Pela proposta do ministro Paulo Paiva (Trabalho), revelada pela Folha no domingo, as categorias profissionais poderiam abrir mão de direitos sociais como férias, licença-maternidade e descanso semanal remunerado, por força de acordo coletivo.
A idéia do governo é aumentar o número de postos de trabalho, reduzindo os custos das empresas com a folha de pagamento.
"Tenho dúvida de que esta redução da proteção dos direitos dos trabalhadores acarrete na diminuição do desemprego. Receio que ocorra o contrário", afirmou o presidente do TST.
A Folha apurou junto a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que a proposta pode ser considerada inconstitucional.
A alteração do artigo 7 da Constituição -direitos sociais dos trabalhadores- só poderia ser feita por uma Assembléia Constituinte, e não por meio de emenda constitucional.
Outro ministro do TST que fez duras críticas à iniciativa foi Almir Pazzianotto, que foi ministro do Trabalho no governo Sarney.
"Parece uma reforma punitiva ao trabalhador. Estão forçando a porta em cima de direitos arduamente conquistados. Querem desmontar o mínimo das garantias."

Texto Anterior: FHC reclama dos protestos de agricultores
Próximo Texto: Água será estopim de guerras no século 21
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.