São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
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Tuma desiste se ministro for candidato

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Romeu Tuma (PSL-SP) não disputará a Prefeitura de São Paulo se a candidatura de Sérgio Motta pelo PSDB se confirmar. O próprio senador informou sua decisão ao ministro das Comunicações.
Na última pesquisa Datafolha em que ambos aparecem, publicada em 26 de novembro, Tuma levava uma vantagem de oito a dez pontos percentuais na intenção de voto dos paulistanos.
Tuma deu preferência ao tucano porque, com o ministro no páreo, não lhe sobra espaço. Motta está costurando em torno de seu nome todos os apoios que o senador contava que acabariam desaguando em sua candidatura: do PSDB, do PFL e do PPB de Maluf.
Entretanto, o comunicado de Tuma teve um "post scriptum": se a candidatura de Motta não for adiante, ele espera ter o apoio do ministro (leia-se: dos governos federal e paulista) e do prefeito. O PFL, calculam os assessores do senador, viria por gravidade.
O entorno de Tuma ainda tem esperança de que o balão de ensaio de Motta se esvazie antes da convenção do PSDB. Nesse caso, os tucanos lançariam um candidato com menos chances de aglutinar apoios em torno de si.
Tuma e Motta disputam o mesmo vácuo político deixado pela impossibilidade da reeleição de Maluf: querem ser a "terceira via" que disputará contra Francisco Rossi (PDT) e o candidato do PT -Erundina ou Mercadante.
Embora a disputa dentro do PT esteja acirrada e a decisão sobre quem será o candidato dependa de uma prévia, Sérgio Motta trabalha só com uma hipótese: a prefeiturável petista será Erundina. Ela aparece com dez pontos percentuais a mais do que Mercadante na última pesquisa feita em dezembro pelo Datafolha.
As discussões em torno da eventual candidatura de Motta mobilizam tanto o PSDB que o partido parece ter relegado a um segundo plano a estratégia geral tucana nas eleições municipais.
Anteontem à noite, a direção nacional do PSDB se reuniu na casa do ministro em Brasília para discutir o pleito de outubro. Foi um encontro preliminar, que serviu só para preparar os primeiros vôos dos tucanos.
Decidiram lançar uma cartilha com os conceitos básicos da social-democracia aos candidatos e organizar seminários pelo país. Participaram, entre outros, o presidente do partido, senador Artur da Távola, a secretária-geral, Moema Santiago, e o vice-líder na Câmara, Arthur Virgílio.

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