São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996 |
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Carnaval transforma Rio em Bancoc latina
BARBARA GANCIA
O que se pode esperar de um Carnaval que será embalado pelo "tchan" e pela dança da garrafa? Você não conhece o "tchan", ó emérito leitor? Pois então, sugiro que você fique bem grudadinho aí na cadeira para não cair. "É o tchan" é uma música de letra impoluta (sinta um trecho: "Mete em cima, mete embaixo"). E a dança da garrafa, que eu saiba, antes só podia ser apreciada em filmes de motel. Funciona assim: a mulher se posta sobre uma garrafa e vai requebrando e abaixando até que seu púbis toque a boca da garrafa. Já posso até ver a mulherada sendo levada às pressas do salão ao pronto-socorro para remover cacos de vidro da chica... Em vez de ficar preocupado com aquela coisinha inofensiva do Michael Jackson, por que o secretário de Turismo do Rio, Ronaldo César Coelho, não se toca de que Carnaval com bráulio e chica na avenida é que vai desabonar a imagem da cidade? Veja Bancoc. Por causa dos soldados americanos, que durante a guerra do Vietnã passavam seus momentos de folga nos prostíbulos da Tailândia, a cidade ganhou fama de antro de prostituição. E a fama colou. Até hoje ainda há um grande contingente de turistas que visita a Tailândia, não para conhecer seus belos templos, mas para usufruir dos serviços de prostitutas e assistir a shows em que habilidosas artistas "fumam" cigarro com a vagina. O Rio é tido como "point" gay. Suíços e alemães que não podem soltar a franga em seus países vêm se esbaldar na cidade maravilhosa. Depois do Carnaval do pênis, da vagina, do "tchan" e da garrafa, então, Ronaldo César Coelho pode ir pensando em promover a cidade, outorgando-lhe oficialmente o título de "Bancoc da América Latina". Texto Anterior: Cidades vão assumir pacientes Próximo Texto: Dica 1; Dica 2; Mãos à obra Índice |
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