São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
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O custo do ensino privado

Poucas polêmicas no país têm mostrado um poder de sobrevida tão grande como a que envolve os custos da educação privada. Não é à toa. Alternam-se nos últimos dez anos denúncias de excessos cometidos por instituições particulares e uma busca quase obsessiva de regulamentação do setor por parte do governo federal.
Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas indicam que, entre 1º de fevereiro de 95 e 31 de janeiro de 1996, o custo com educação sofreu um aumento que superou em 39 pontos percentuais a inflação média do mesmo período. Essa distorção foi produzida principalmente pelo aumento de 88,15% nas mensalidades, contra uma inflação de 24,41% no período. Além dele, os acréscimos de 29,82% no material didático e de 32,64% nos livros também pesaram nas cifras finais.
Uma legislação quase sempre ambígua para o setor tem servido de fermento para as cíclicas pendências entre pais e escolas em torno dos reajustes nas mensalidades escolares. Como parte mais fraca nesse embate, o particular que contrata os serviços de uma instituição privada e se vê atingido pelos aumentos praticados é levado a matricular o dependente em outra escola, com cujo custeio pode arcar.
Como apenas com a oferta de uma educação pública de qualidade é que será possível dar um paradeiro a essa polêmica, pode-se prever desde já que essa novela terá ainda, infelizmente, muitos e longos capítulos pela frente.

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