São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996 |
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Partidos disputam comissões
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
A nomeação de Jair Soares (PFL-RS) para presidir a comissão foi um compromisso assumido por Inocêncio durante sua campanha para a liderança do partido na Câmara. Quando seu indicado começou a contrariar os objetivos do governo, o líder foi acionado para contornar a situação. A crise na comissão da Previdência é a ponta de um iceberg que deve vir à tona nas próximas semanas. Com exceção de PFL e PMDB, todos os partidos e o governo querem mudar as regras de nomeação de presidente e relator das comissões especiais. Hoje, os dois maiores partidos se revezam na escolha dos cargos. As outras siglas reivindicam que se aplique o critério de proporcionalidade das bancadas, que já vigora nas comissões permanentes. PMDB e PFL resistem à mudança, porque os cargos representam um enorme poder de barganha com o governo. Um presidente dita o ritmo de apreciação de um projeto e o relator pode desfigurar seu conteúdo ou mantê-lo intacto. A guerra entre os partidos começou no ano passado, com a migração de deputados das siglas menores para as quatro grandes: PMDB, PFL, PPB e PSDB. Este ano, a disputa passou a uma nova fase, com a formação de blocos. O PPB se aliou ao PL para ter mais cargos no Congresso e ganhar poder de barganha com o governo. O PMDB reagiu procurando o PSD, enquanto o PFL suou para manter o casamento com o PTB, cortejado pelos tucanos. O resultado é que as bancadas dos quatro maiores partidos quase empataram em número de deputados, diminuindo a vantagem que PFL e PMDB tinham no início da legislatura, em março de 95. O governo também está insatisfeito com os critérios de nomeação das comissões especiais e reivindica mais espaço para o PSDB. O PFL responde: diz que FHC não exerceu seu poder na escolha dos nomes indicados pelos partidos. Texto Anterior: HORA A HORA Próximo Texto: Soares reclama das pressões Índice |
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