São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Sindicatos contestam aumento de 70% em 1 ano

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois sindicatos de escolas particulares de São Paulo contestaram ontem que o aumento das mensalidades superou a inflação em 39,1% em um ano.
Tanto o Sieeesp (que representa cerca de 5.000 pré-escolas e escolas de 1º e 2º graus) como o Grupo (que reúne 57 escolas de elite de São Paulo) dizem que esse dado incorpora aumentos relativos a dois anos -e não a um.
Segundo dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), enquanto a inflação acumulada de 1º de fevereiro de 95 a 31 de janeiro de 96 foi de 24,41%, o custo com educação subiu 73,04% para os paulistanos.
O problema, dizem os dois sindicatos, é o período avaliado. Em 94 e 95, o principal aumento de mensalidades ocorria em março, data-base dos professores. A partir de 96 -ano letivo que começou com as matrículas no ano passado-, o único aumento permitido é de dezembro para janeiro.
Assim, ao fazer o recorte de fevereiro de 95 a janeiro de 96, a Fipe pegou o aumento das mensalidades relativo a 94 -ocorrido em março de 95- e de 95 -ocorrido de dezembro para janeiro de 96.
"Estão jogando um aumento de dois anos como se fosse um único ano", afirmou ontem o advogado do Sieeesp, Adib Salomão, 62, durante assembléia das escolas que ocorreu em São Paulo.
A CNA Consultores realizou -a pedido do Grupo- um estudo da variação do valor das mensalidades em comparação com a inflação, também com dados da Fipe. Só que com outro recorte: de março de 1994 a dezembro de 1995.
Mesmo nesse levantamento, o aumento das mensalidades ficou 10,84% acima da inflação. Isso, sem contar que em janeiro de 96 -mês que não foi considerado pelo estudo do sindicato- as matrículas aumentaram 19,61% -contra 1,82% da inflação.
Para o presidente do Grupo, Sylvio Gomide, 43, "foi no mínimo tendenciosa a divulgação daqueles dados pela Fipe".
Na Assembléia Legislativa do Estado já há dois pedidos de formação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para a questão do ensino privado. As lideranças dos partidos tentavam ontem decidir o que fazer com isso.
(FR)

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