São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996 |
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Argentinos veneram Evita
DENISE CHRISPIM MARIN
Descontando o grupo de fãs que pululam na frente do hotel à espera da aparição da diva, os argentinos se dividem sobre a razão da permanência de Madonna no país. O presidente Carlos Menem encabeça os que reagem com indignação e desaprovam o fato de uma cantora tão escandalosa atuar na pele do maior mito do país, Eva Perón (1919-1952), na ópera-rock do inglês Alan Parker. Menem declarou que quer distância deste filme e recusou-se a emprestar o balcão da Casa Rosada para as gravações. Disse que o povo, "que ainda crê em Evita como uma mártir", não tolerará vê-la interpretada por Madonna. Deputados também contrariados chegaram a propor que o Congresso Nacional considere Madonna e Alan Parker "personas non gratas" no país. E Alberto Brito Lima, o líder de uma facção de extrema-direita do peronismo que está vestido sempre com impecável costume, pôs em prática uma campanha nacional de pichação contra Madonna. Não adiantou muita coisa a cantora sair raras vezes do hotel para desfilar pela cidade como moça de família, com bons modos e saias na altura dos joelhos. Seu interesse em pesquisar a história de Evita no Arquivo Geral da Nação e ouvir depoimentos de pessoas que conviveram com a ex-primeira-dama tampouco convenceram os que a reprovam. Na última terça-feira, em entrevista coletiva, Madonna mostrou que está completamente caracterizada como seu personagem. Vestia um tailleur e trazia o mesmo penteado da última fase da vida de Evita. Texto Anterior: MADONNA & MICHAEL Próximo Texto: Rio teme imagem da pobreza Índice |
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