São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Premiê russo apóia reeleição de Ieltsin

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro russo, Viktor Tchernomirdin, negou ontem interesse em lançar sua candidatura à Presidência e declarou total apoio à reeleição de Boris Ieltsin.
O premiê fez o anúncio durante uma reunião de seu partido, o Nosso Lar é a Rússia.
Tchernomirdin disse que o partido vai recolher 1 milhão de assinaturas, necessárias para registrar Ieltsin na corrida presidencial.
Ieltsin, contudo, disse que só no dia 15, em Iekaterinburgo (capital de Sverdlovsk), anunciará se disputa as eleições de 16 de junho.
Foi em Iekaterinburgo que Ieltsin lançou sua candidatura vitoriosa em 1991. Ele também foi chefe do Partido Comunista da cidade, nas décadas de 70 e 80.
O presidente condicionou a participação nas eleições ao fim do conflito na Tchetchênia.
"Todos compreendem que, se eu retirar as tropas abruptamente, haverá uma carnificina. Mas, se não retirar, não terei o que fazer nas eleições", afirmou.
Ieltsin disse que está buscando uma solução que "agrade a todos, principalmente ao povo".
Segundo ele, foi nomeado um grupo de trabalho, chefiado pelo premiê Tchernomirdin, para preparar uma pauta de negociação.
"Há sete variáveis a serem discutidas. Este grupo pode solucionar uma por uma ou encontrar uma solução que englobe todas."
O porta-voz presidencial, Serguei Medvedev, anunciou ontem que Ieltsin "não promoverá novas táticas de guerra na Tchetchênia, mas não suplicará a paz ao líder separatista, Djokhar Dudaiev".
A guerra começou em dezembro de 1994, quando tropas russas invadiram a Tchetchênia, república separatista de população majoritariamente muçulmana, para destituir o general Dudaiev.
A guerra fez cerca de 30 mil mortos, e os russos conquistaram Grozni, capital tchetchena. Os tchetchenos, porém, mantiveram resistência à ofensiva inimiga.
Desde domingo, 25 mil pessoas tomaram as ruas de Grozni exigindo a saída das tropas russas.
Os manifestantes estão concentrados principalmente em frente às ruínas do palácio presidencial.
O coronel russo Viatcheslav Tikhomirov disse ontem que os soldados vão "atirar para matar", se prosseguirem os protestos.
As tropas russas bloquearam a cidade ontem. Cerca de 500 membros da polícia local haviam cercado a praça, mas se retiraram duas horas depois. Não houve violência. Entre 1.000 e 2.000 pessoas estão acampadas no local.

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