São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996
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'Não sou líder de Stephanes e jamais seria'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do governo na Câmara, deputado Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), manteve ontem aceso o atrito com o ministro Reinhold Stephanes, da Previdência Social.
Ele não aceitou as críticas do ministro de que as lideranças tinham cedido muito nas negociações com as centrais sindicais.
"Eu sou líder do presidente Fernando Henrique Cardoso. Eu não sou líder do ministro Stephanes, e jamais seria", declarou Santos.
O líder do governo elogiou a competência técnica do ministro, mas alfinetou: "Seu jogo de cintura político é difícil".
O conflito entre o ministro da Previdência e o líder do governo se tornou público na reunião de negociação da reforma da Previdência, na quarta-feira passada.
Reunião
O ministro não havia participado da reunião anterior, na terça-feira, quando ficou fechado o acordo que estabelecia a aposentadoria proporcional para os servidores públicos nos mesmos moldes da aposentadoria dos trabalhadores da iniciativa privada.
Para o ministro da Previdência, esse item era inegociável. Na quarta-feira, Santos e Stephanes se envolveram em um bate-boca durante a negociação.
Com críticas ao acordo, Stephanes estava irredutível em sua posição. Dizia que os parlamentares tinham ido além do possível. As lideranças partidárias reafirmavam o acordo fechado com o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva.
"Eu não sabia desse ponto", disse Stephanes na reunião. "Então por que você não veio na reunião ontem (terça-feira)?", rebateu o líder do governo.
Ontem, depois das declarações dirigidas ao ministro da Previdência, Santos afirmou que não queria mais discutir "neste nível". "A discussão da reforma não deve descer ao nível de insultos", completou Santos.

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