São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996 |
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Cidades devem dificultar uso de carros
DANIELA FALCÃO
A recomendação foi feita ontem durante a reunião preparatória para a 2ª Conferência de Assentamentos Humanos da ONU (Habitat 2), que acontecerá entre 3 e 14 de junho em Istambul (Turquia). Os automóveis são responsáveis hoje por 60% da poluição que afeta as cidades com mais de 1 milhão de habitantes e causa indireta de doenças pulmonares. Além disso, causam a morte de cerca de 500 mil pessoas por ano em acidentes nos centros urbanos. A recomendação da UITP (União Internacional de Transportes Públicos) é de que as cidades parem de gastar dinheiro na construção de rodovias e invistam mais em transportes públicos. "É preciso que haja uma mudança de mentalidade. Os governos têm que se preocupar em achar melhores maneiras de transportas as pessoas, não os carros", afirmou à Folha o finlandês Johannes Rat, coordenador da UITP. Diminuir os espaços destinados a estacionamentos, cobrar pedágios e bloquear o acesso de carros ao centro das cidades são algumas das medidas recomendadas para desencorajar o uso de automóveis. "Espaços destinados a estacionamentos podem ser transformados em habitações populares, escritórios. O governo que fizer isso estará resolvendo dois problemas ao mesmo tempo: mais moradias e menos tráfego", disse Pierre Laconte, secretário-geral da UITP. Para ele, se os governos investissem no transporte público, a população terminaria fazendo naturalmente a troca do carro particular por ônibus, trem ou metrô. "Veja o caso de Nova York. Não há lei que proíba a circulação de carros, mas a maioria da população que vive na cidade não tem ou não usa automóvel", disse Rat. Para ele, isso ocorre graças a três fatores: o transporte público na cidade é eficiente, os estacionamentos são raros e caros e há pedágios em todas as pontes e túneis que ligam a ilha ao continente. Texto Anterior: Unicamp inicia segunda fase hoje com provas de biologia e português Próximo Texto: Técnico defende bonde elétrico Índice |
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