São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996
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Muçulmanos desafiam Pequim

JAIME SPTZCOVSKY
DE PEQUIM

Em junho passado, cinco separatistas da minoria uigur foram fuzilados. Acusação: atos terroristas, como colocar bombas num ônibus. Nos últimos anos, ativistas muçulmanos destruíram uma ponte e um hotel na Província de Xinjiang.
Em 1995, a violência praticamente desapareceu, para alívio de Pequim. Mas a ameaça permanece, e a região muçulmana do Xinjiang corresponde a um de seus principais pesadelos separatistas.
Os chineses da população han correspondem a 38% dos 16 milhões de habitantes do Xinjiang. Na Província, predominam os uigures, que, do ponto de vista linguístico, cultural e religioso, estão mais próximos dos turcos.
O sentimento separatista se intensificou em 1991, com o fim da URSS. Ganharam independência repúblicas habitadas por muçulmanos na fronteira com Xinjiang.
Mas os separatistas uigures não receberam apoio dessas repúblicas. Quirguistão e Cazaquistão preferem preservar sua relação com o poderoso vizinho a desafiá-lo para obter poucas vantagens econômicas e políticas.
Sem apoio externo, os separatistas sofreram outro revés: o crescimento econômico atingiu cerca de 10% nos últimos anos. A chegada de uma relativa prosperidade anestesiou sonhos de reviver a República Oriental do Turquestão, de curta vida nos anos 40.
(JS)

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