São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996
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Psicólogos discutem resultado de pesquisas

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos psicólogos e médicos ouvidos pela Folha concorda com os resultados das pesquisas inglesas sobre criança e televisão.
Segundo o médico neuropediatra Rubens Wajnsztejn, 40, as crianças que passam muitas horas diante da TV ficam acomodadas e demoram mais para se comunicar.
"A TV estimula, mas não espera a resposta da criança. Só os pais é que podem estimulá-la a falar", diz o médico, que atualmente trabalha em tese sobre o desenvolvimento da criança nos três primeiros anos de vida.
Já a professora do curso de fonoaudiologia da USP, Cláudia Regina Furquim Andrade, destaca que a TV é um bom recurso para desenvolver o vocabulário infantil. "Só mesmo se a criança for exposta à carga excessiva, isso se torna prejudicial", diz.
Quanto ao comportamento infantil diante dos programas, o psicólogo Carlos Eduardo Carvalho Freire, 45, concorda que a realidade assusta mais que a ficção.
Ele conta que o filho Alexandre Freire, 6, ficou com medo de passar pela avenida Rebouças, em São Paulo, depois de assistir a uma reportagem sobre assaltos no local.
"Mas é difícil saber que tipo de prejuízo isso pode causar. Tudo depende da estrutura emocional de cada criança", afirma a psicóloga Rosângela Mormillo, 36. Segundo ela, não adianta proibir a criança de ver o noticiário. "Os pais podem amenizar o problema conversando com os filhos", diz.
(EG)

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