São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996
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Folha salarial manteve patamar de dezembro

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário do Tesouro Nacional, Murilo Portugal, disse à Folha anteontem que o déficit de janeiro poderia ficar "maior que R$ 2 bilhões". Ele atribuiu o rombo "à folha de pagamento" dos servidores públicos.
Os gastos com pessoal também pressionaram as contas de janeiro.
Entretanto, esse item ficou no mesmo patamar de dezembro, quando o Tesouro desembolsou R$ 4,827 bilhões.
Um dos principais motivos do rombo nas contas do governo federal em janeiro foi o gasto com juros da dívida interna, que dobrou no mês passado em relação à média registrada em 1995.
O déficit deverá ficar em pelo menos R$ 2,5 bilhões.
Em dezembro passado, esse total foi de R$ 563 milhões.
Os gastos com juros foram causados pela enxurrada de dólares que entrou no país em janeiro último, levando o governo a tomar medidas de restrição à moeda estrangeira.
A queda na arrecadação de impostos e contribuições federais também contribuiu para o déficit.
Análise preliminar de técnicos da Fazenda atribui essa queda na arrecadação a vários fatores. O principal, a mudança na arrecadação do IR (leia texto ao lado).
Outro motivo foi a mudança da sistemática do repasse da arrecadação por parte dos bancos.
Nos anos anteriores, os impostos recolhidos no último dia útil do ano eram transferidos ao Tesouro no janeiro seguinte.
Em dezembro passado, pela primeira vez, os bancos repassaram ao caixa do Tesouro pelo menos 70% da arrecadação do último dia útil bancário do (28 de dezembro).

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