São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Calmon de Sá nega doações a candidatos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de a pasta rosa conter cópias de notas fiscais e de cheques atribuídos a despesas com candidatos em 1990, o ex-presidente do Banco Econômico Ângelo Calmon de Sá disse à Polícia Federal (PF) que nunca fez doações a políticos ou partidos.
Em depoimento na sede da PF, em Brasília, no dia 22 de janeiro, Calmon de Sá afirmou que ajudava candidatos contratando empresas por eles indicadas para prestar serviços ao banco.
O ex-presidente do Banco Econômico disse que as planilhas encontradas na pasta rosa com os nomes dos candidatos e valores correspondentes eram orçamentos.
"Tais anotações se tratavam, na verdade, de projetos ou orçamentos para dar uma idéia do montante que o banco poderia despender com prestações de serviços ao próprio banco, com benefícios indiretos aos candidatos", afirmou.
Calmon de Sá disse que ajudou, por exemplo, o deputado Paes Landim (PFL-PI) por meio da contratação da Necla Construções S/A para prestar serviços ao banco.
O ex-dirigente do Econômico também confirmou o empréstimo de mesas e cadeiras do banco aos comitês eleitorais dos candidatos Antonio Carlos Magalhães, Roberto Santos, Wilson Andrade e José Santos Pereira.
O delegado Paulo Lacerda, responsável pela apuração do "esquema PC" no governo Collor (1990-92), afirma que o inquérito comprovou que Calmon de Sá e seu ex-chefe de gabinete Antonio Ivo de Almeida desviaram recursos e bens do banco para ajudar políticos em campanha.
Para indiciá-los, a PF se baseou nos depoimentos de três candidatos -José Pereira dos Santos, Oscar Correa Júnior e Itaberaba Sulz Lyra. Eles confirmaram que o Econômico pagou empresas que trabalharam em suas campanhas.
No inquérito, sete empresas que prestaram serviços aos três candidatos também confirmaram ter recebido cheques do Econômico.

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