São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Motta diz que deixar votação de emenda para 1997 é "casuísmo"

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, disse ontem ser "casuísmo" deixar para o próximo ano o debate sobre a reeleição.
Segundo ele, o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), criou um "fato político" ao concordar com a formação de uma comissão especial na Câmara, logo após o Carnaval, para discutir a emenda proposta por Mendonça Filho (PFL-PE).
"Ele (Luís Eduardo) não está tratando a reeleição em banho-maria. Ao que me parece, ele quer formar a comissão, o que já é um fato político", disse.
PFL e PSDB têm opiniões diversas sobre a reeleição. A cúpula tucana gostaria de ver a emenda votada antes das eleições municipais, em outubro. O PFL prefere a votação no ano que vem.
Motta esteve ontem no Congresso para participar da solenidade de abertura do ano legislativo.
Sobre sua possível candidatura à Prefeitura de São Paulo, fez piada. "O candidato é o Serra (ministro do Planejamento), meu irmão xifópago. Qualquer um de nós ser é como se o outro fosse", disse. Xifópagos são gêmeos que nascem unidos.
Ainda em tom irônico, disse acreditar que o presidente Fernando Henrique não o queira como prefeito. "Nem eu quero. Saio daqui deprimido, vou direto para o terapeuta", disse, rindo bastante.
Motta não escondeu sua preocupação em abandonar o Ministério das Comunicações no momento em que pretende privatizar parte da telefonia celular e expandir acordos bilaterais.
"Quem vai cuidar das telecomunicações? Estamos lançando 1.500 editais de radiodifusão. Quem vai fazer a articulação política", perguntou.
José Serra negou ontem ser candidato e disse que Motta "é ótimo onde ele estiver".
Serra evitou falar sobre a reeleição do presidente. "Deixo esse assunto para o Motta, ele é ótimo com a imprensa. Não tem medo de ser feliz", afirmou. Ele se limitou a dizer que o caso "depende das condições públicas".
O ministro Bresser Pereira (Administração) afirmou ser favorável à votação da emenda ainda em 96.

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