São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Iniciativa de Gibson causa confusão na Câmara

DENISE MADUEÑO; PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A proposta do deputado Nilson Gibson (PSB-PE) de tentar salvar o IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas), assinada por 224 parlamentares, provocou muita confusão ontem no Congresso.
"O deputado atirou em uma coisa e acertou em outra", disse o vice-líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP).
O destaque confundiu tanto os deputados que o próprio Gibson pode desistir da proposta.
O IPC foi criado por lei ordinária -ele não consta da Constituição. No texto do relator da reforma, Euler Ribeiro (PMDB-AM), a aposentadoria parlamentar passou a ser matéria constitucional.
A estratégia acertada pelo presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), e líderes partidários prevê a votação de lei com o fim do IPC, após a retirada do artigo do projeto de Ribeiro.
O deputado João Mellão Neto (PFL-SP) disse, por intermédio de sua secretária Ângela Regansso, que assinou a proposta de Gibson por "coleguismo", apesar de ser "totalmente contra o IPC". "Ele assina até emendas do PT, com as quais não concorda. Ele faz isso porque precisa de outras assinaturas para suas emendas também."
A deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP) seguiu na mesma linha. Disse que deu seu apoio "ao encaminhamento da emenda, mas não ao seu mérito".
O deputado Márcio Fortes (PSDB-RJ) afirmou, por intermédio da assessoria, que foi "enganado" pelo autor da emenda (Gibson) e que seu objetivo era "favorecer o debate da questão".
Gibson negou que tenha sido procurado por parlamentares descontentes com seu requerimento: "A senhora está ofendendo os deputados. Nenhum deputado é enganado! Vou ao microfone dizer isso, o que a senhora está dizendo dos deputados", disse Gibson à Folha, quando perguntado se havia enganado os parlamentares ao pedir as assinaturas. (Denise Madueño e Paulo Silva Pinto)

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