São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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BC ainda confia no freio aos dólares

DA REDAÇÃO

O Banco Central não está preocupado com a continuidade de entrada forte de dólares no Brasil após a adoção das medidas de restrição adotadas no início do mês.
Na avaliação do BC, as medidas adotadas deverão ser eficazes para diminuir o fluxo, embora seja muito cedo para avaliar. Isso só não ocorreu, até agora, por uma questão técnica.
É que o Carnaval é um feriado "nacional", explica o BC. Ou seja, os mercados não funcionam no Brasil, mas funcionam no exterior.
Dessa forma, há uma pressão compradora de dólares, que são aplicados no exterior e rendem juros durante três dias. No Brasil, haverá ganho em apenas um dia.
Somente após o feriado será possível verificar a real eficácia das medidas de restrição -que incluem a criação de um imposto sobre fundos de privatização, ampliação de dois para três anos do prazo mínimo de captação externa e a proibição de que estes recursos sejam aplicados em títulos do governo.
A média diária nos três primeiros dias após o anúncio das medidas foi de US$ 183 milhões -acima do patamar de janeiro (de US$ 148,1 milhões).
A forte entrada de dinheiro externo preocupa o governo porque os dólares são trocados por reais -ou seja, há um aumento da quantidade de dinheiro em circulação na economia, que tende a gerar inflação.
Para evitar expansão da base monetária e pressão sobre os preços, o governo é obrigado a vender títulos públicos no mercado para retirar estes reais da economia.
Aumenta assim o endividamento público e o gasto altíssimo com os juros.

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