São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996 |
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BC vende dólar e empresta reais
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Vendeu dólar -que, de novo, bateu no "teto" da minibanda- e emprestou recursos ao mercado no over. O preço do dólar só subiu porque, além do efeito Carnaval, o mercado está seco. É que o BC fica com todos os dólares. Logo, quando as saídas crescem, os bancos não têm estoque suficiente para suprir a demanda. Os analistas consideram que as saídas maiores dos últimos dois dias são episódicas -não uma reversão de tendência. Tanto que, no mercado futuro, as cotações do dólar recuaram ontem. O dólar fechou sendo vendido a R$ 0,9850 no comercial e, no futuro, a cotação prevista para o final do mês ficou em R$ 0,984. No caso dos juros, o BC parece mesmo disposto a trabalhar o juro efetivo no meio da banda. Se na primeira quinzena, por conta da liquidez excessiva, as taxas ficaram grudadas no "piso" da banda (taxa-over de 3,6%), na segunda quinzena, vendendo títulos para "enxugar" a liquidez e financiar o estouro das contas do Tesouro, os juros tendem a ficar mais perto do "teto" (3,8%). O BC ainda não começou a transição dos juros para março -quando a taxa-over terá de ser bem menor, por conta do número maior de dias úteis. Continua em fevereiro. O relevante, porém, é que nos últimos três dias as projeções do mercado futuro estão patinando. Está diminuindo o ímpeto dos bancos em apostar em taxas menores que as previstas no futuro. Um sinal. Os títulos do Tesouro, vendidos na véspera e que embutem juros mais baixos, não foram negociados no mercado secundário ontem. O otimismo com o cenário internacional prevalece tanto quanto a idéia de que a manutenção de taxas de juros de agiota (20% reais em dólar), como as que o país está pagando, é insustentável. Um dia, o juro sobe no exterior e o Brasil acorda de "sombrero" -e pode não ser Carnaval. Mas é Carnaval. Com um volume pequeno, de R$ 225,043 milhões, a Bolsa paulista fechou em baixa de 1,07%. Texto Anterior: BC ainda confia no freio aos dólares Próximo Texto: SP atrai US$ 16 bilhões até final do ano Índice |
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