São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Nova poupança está indefinida

Dedução no IR traz divergências

LILIANA LAVORATTI; VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A "conta individual de previdência complementar" estudada pelo governo poderá ficar menos atraente do que a previsão inicial do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros.
O projeto deve ser enviado ao Congresso em março e poderá impedir a dedução das contribuições na declaração anual do Imposto de Renda.
O governo ainda não chegou a um consenso se o novo produto é investimento ou contribuição previdenciária, de acordo com os critérios fixados pela nova lei do IR.
Foi essa lei que permitiu, a partir deste ano, a dedução no IR também da contribuição para as entidades de previdência complementar.
O texto final do projeto de lei deve ser fechado após o Carnaval. O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, pretende incluir um limite para deduzir as contribuições. O objetivo é evitar queda na arrecadação tributária, principalmente no IR.
A idéia inicial, proposta por Mendonça de Barros, era permitir a dedução no IR.
Mesmo a fixação de um limite de dedução deve tornar o novo produto menos atraente financeiramente, mas isso não significa que sua procura possa ser decepcionante.
Isso porque o projeto prevê que o rendimento obtido pelos participantes deverá ficar isento de tributação.
A previsão é que o novo produto possa gerar uma poupança adicional de R$ 18 bilhões em cinco anos.
O IR será pago de maneira parcelada quando a pessoa começar a receber sua complementação de aposentadoria ou de uma única vez em caso de resgate total.
A intenção de Mendonça de Barros era que o produto fosse oferecido pelos bancos ainda neste semestre.
Isso dificilmente deverá ocorrer porque o produto não será criado por meio de uma MP (medida provisória), e sim por um projeto de lei.
(Liliana Lavorattie Vivaldo de Sousa)

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