São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Avaliando o ensino

Tamanho é o atual déficit educacional brasileiro que qualquer instrumento capaz de combater, ainda que a longo prazo, as mazelas do ensino nos setores público e privado estará sempre chegando em boa hora para o país.
O Ministério da Educação aplicará, no fim deste ano, os primeiros exames voltados à avaliação do ensino oferecido pelos cursos de graduação. Por enquanto, serão examinados apenas os alunos que estiverem se formando em engenharia civil, direito e administração de empresas. Com o tempo, segundo a proposta, a avaliação se estenderia a outras áreas. Aliás, uma iniciativa semelhante já está sendo anunciada para a rede pública de 1º grau no Estado de São Paulo.
Considerando a inadiável tarefa de o poder público zelar pelo padrão de ensino nos estabelecimentos que ele próprio administra ou, ao menos, credencia a atuar, essa avaliação constitui um importante e indispensável instrumento para coibir a deletéria inserção de profissionais despreparados num mercado de trabalho já carente de qualificação e competitividade.
É fundamental porém que futuramente sejam anuladas as autorizações para o funcionamento das instituições privadas que com frequência vierem a receber avaliações negativas. Mas que a rede oficial também adote instrumentos para controlar a qualidade de ensino que ela própria oferece. Do contrário, não dará o necessário exemplo aos que deseja punir.

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