São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 1996 |
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Votação do acordo do Banespa cria quórum inusitado na Assembléia
DA REPORTAGEM LOCAL A votação do projeto de lei que permitirá ao governo paulista pagar a dívida de mais de R$ 15 bilhões do Estado com o Banespa mobilizou, ontem, um número inusitado de deputados para uma sexta-feira, ainda mais pré-Carnaval: às 18h30, 92 dos 94 parlamentares do Estado se encontravam na Casa.O governo paulista aposta na aprovação do projeto pela Assembléia para poder cobrar com mais veemência a concordância do Senado para a emissão de R$ 7,5 bilhões em títulos federais para o governo de São Paulo. Lideranças governistas em São Paulo, que davam como certa a aprovação do projeto na Assembléia, já defendem a edição de uma medida provisória para o empréstimo federal. Mesmo com o altíssimo quórum, a previsão, no início da noite, era de que o projeto fosse votado somente às 21h. Isso porque o PT continuava, ainda ontem, obstruindo a votação do projeto. Além disso, a nomeação de Luiz Antonio Marrey pelo governador Mário Covas (PSDB) desgostou peemedebistas, que romperam o silêncio, usando a tribuna para protestar contra Covas. A mesma fórmula que o PT utiliza para prolongar a discussão: inscrevendo seus deputados para falar por meia hora, como permite o regimento da Casa. A estratégia petista arrastou a sessão iniciada na noite de quinta-feira até as 7h de ontem, sem que o projeto fosse votado. Até a 1h30 líderes do governo e do PT negociavam uma compromisso que tirasse o partido da obstrução. Mas por volta das 2h as duas partes jogaram a toalha na lona, encerrando as conversas. O PT queria um documento escrito que garantisse o compromisso do governo em transformar o Banespa em instituição pública e em não demitir funcionários ou fechar agências por 180 dias. O partido aceitava reduzir a "trégua" para até 90 dias. Segundo o líder da bancada petista, Rui Falcão, eles aceitariam também que, em vez de assinado, o documento fosse lido pelo líder do governo, Walter Feldman (PSDB), no plenário. Fepasa A mesma estratégia de obstrução foi utilizada pelo PT e pelo PMDB na discussão do projeto de lei que prevê a cisão da Fepasa. A ferrovia do Estado de São Paulo será parcialmente vendida à RFFSA (Rede Ferroviária Federal), segundo o acordo do Banespa. O projeto de cisão foi aprovada na madrugada da quinta-feira. Texto Anterior: Minha atuação será independente, diz Marrey Próximo Texto: Privatização do setor energético deve render até R$ 4 bi para SP Índice |
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