São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 1996
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Simonsen diz que lei deve vir primeiro

Ex-ministro defende contrato coletivo

DA SUCURSAL DO RIO

O economista Mário Henrique Simonsen disse ontem que é favorável a que se façam mudanças na legislação trabalhista para gerar mais empregos, mas ressalvou que elas precisam ser precedidas de mudanças na atual legislação.
Com isso, o ministro mostrou que apóia as iniciativas de mudanças que vêm sendo tomadas por sindicalistas e empresários de São Paulo, mas ressalvou que só concorda com a aplicação de novas formas de contrato de trabalho quando elas forem legalmente viáveis.
Simonsen, que recebeu ontem a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, concedida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, afirmou que "não se pode fazer nada ao arrepio da lei".
Ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, Simonsen justificou a defesa de mudanças afirmando que hoje, para admitir um empregado, a empresa precisa analisar se irá precisar dele pelos próximos 30 anos.
Para o economista, a nova estrutura do mercado de trabalho, na qual os serviços substituem a agricultura e a indústria como principal fonte de empregos, exige mudanças nas leis.
Como no setor de serviços as mudanças de empregos se fazem de forma bem mais ágil que nos demais, Simonsen entende que a legislação precisa acompanhar essa nova realidade.
O ex-ministro disse que a nova legislação deve vir juntamente com a adoção do contrato coletivo de trabalho, que tanto poderá ser do tipo centralizado (em nível nacional), como descentralizado (por setor ou empresa).
Déficit
Mário Henrique Simonsen afirmou que ainda é cedo para se fazer uma análise dos efeitos do déficit de US$ 2,8 bilhões nas contas do Tesouro Nacional em janeiro sobre o resultado das contas públicas este ano.
"É claro que é um sinal de alerta", disse o ex-ministro, acrescentando que é preciso acompanhar a evolução dos números por mais tempo para se ter um juízo preciso.
Simonsen foi condecorado pelo ministro José Israel Vargas, da Ciência e Tecnologia, na sede da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no Rio.

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