São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 1996
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Isto é Japão

FERNANDO RODRIGUES

BRASÍLIA - Às 11h22 da manhã de ontem, sexta-feira, em Brasília, uma pessoa interessada em saber detalhes da viagem de Fernando Henrique Cardoso ao Japão, de 12 a 15 de março, resolveu tentar a sorte e ligar para Tóquio.
Como se sabe, por estar do outro lado do planeta, a diferença de horário entre Brasília e Tóquio é de 12 horas.
Quando tocou o telefone no Gaimusho, o Ministério das Relações Exteriores do Japão, eram 23h22 em Tóquio. Para surpresa do brasileiro, um diplomata japonês atendeu.
Os quatro responsáveis no Gaimusho pela organização da viagem de FHC ao Japão estavam trabalhando. Tem sido assim nas últimas duas semanas. E vai ser assim até que o presidente brasileiro faça sua visita.
Por volta das 14h de ontem, em Brasília, o aparelho de fax do brasileiro desta história começou a receber um fax emitido pelo diplomata japonês, com as informações solicitadas. No Japão já eram quase 2h da manhã de hoje.
O relato acima é um pequeno exemplo de como é importante a viagem de FHC ao Japão. E os japoneses, esmerados no campo diplomático, fazem de tudo para que não ocorram erros.
Será, de longe, a viagem internacional mais importante do mandato de FHC até o momento. Por vários motivos, e não apenas por que o país vai receber várias promessas de investimentos japoneses.
O valor total dos contratos de investimentos para este ano deve exceder US$ 2 bilhões. O valor é alto, mas os japoneses sempre foram generosos com governos anteriores na hora de assinar contratos e muito mais cautelosos na hora de liberar o dinheiro.
O Japão, a segunda maior economia do mundo, só recebe duas ou três visitas em nível de chefe de Estado por ano. FHC será o protagonista de uma dessas visitas. Por desejo próprio, mas, também, porque os japoneses quiseram.
Integração econômica, participação do Brasil no Conselho de Segurança da ONU e intercâmbio tecnológico, eis os principais assuntos da viagem de FHC ao Japão.

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