São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Campanha para atrair turista custa US$ 15 mi

DA SUCURSAL DO RIO

A cidade do Rio de janeiro vai investir US$ 15 milhões entre 1996 e 1998 em uma campanha de publicidade nos Estados Unidos. Os recursos serão rateados, meio a meio, entre a prefeitura da cidade e entidades promotoras de turismo.
O objetivo, segundo Antônio Carlos Castro Neves, presidente da seção carioca da Abave (Associação Brasileira de Agentes de Viagem), é conseguir que, em 1998, um total de três milhões de turistas estrangeiros visitem o Rio.
A análise dos números dos últimos dez anos mostra que o total de turistas estrangeiros que visitaram o Rio, após três anos de crescimento entre 1986 e 1988, caiu para a casa dos 400 mil (472,4 mil) em 1989, permanecendo nesta faixa até o ano passado.
A exceção foi 1993, quando o número alcançou 596 mil. Castro Neves atribui a volta ao patamar dos 700 mil no ano passado a uma combinação de melhor divulgação com um esforço para melhorar a segurança dos turistas.
"A criminalidade contra o turista caiu a praticamente zero", afirma Castro Neves. Ele disse que a solução definitiva para o problema da segurança "é demorada" mas afirma também que ela não é o principal fator para definir o potencial turístico de uma cidade.
"Fui assaltado três vezes na vida, todas três em Nova York, mas nem por isso deixei de viajar para lá", disse.
Castro Neves acrescenta que, mesmo com a Polícia de Nova York se mostrando impotente para solucionar o assassinato de uma brasileira, os "hotéis de lá estão cheios e os nossos vazios".
A taxa de ocupação média dos hotéis do Rio foi de 57,6% em 1994 e de 65% em 1995. A cidade tem 22 mil apartamentos de hotéis com classificação entre uma e cinco estrelas pela Embratur (Empresa Brasileira de Turismo).
"Divulgação, divulgação, divulgação", essa é a receita de Castro Neves para o Rio e o Brasil aumentarem suas fatias no mercado internacional de turismo.
Para ele, é essa visão que começa a gerar os primeiros efeitos positivos para a cidade, a partir de uma conjugação de esforços da quatro entidades privadas com os órgãos municipal e estadual de turismo.
Dessa união de forças surgiu o Rio Convention Bureau, no começo da década, com o objetivo de harmonizar visões e conjugar as atuações. A campanha promocional nos Estados Unidos é uma iniciativa do Rio Convention Bureau.
A escolha dos Estados Unidos para alvo da campanha, segundo Castro Neves, é resultado do potencial do mercado norte-americano.
"O norte-americano tem alto poder aquisitivo, prazer de gastar, e viaja em grande número", afirma. Castro Neves disse que, atualmente, para cada seis brasileiros que vão aos Estados Unidos, um norte-americano vem ao Brasil.
Os norte-americanos já foram 40% dos turistas que frequentavam o Rio. Hoje, segundo Castro Neves, a liderança é dos argentinos, seguidos pelos italianos.
Antônio Castro Neves disse ainda que outro aspecto que tem contribuído para a pequena recuperação que o turismo vem apresentando no Rio e no Brasil é que as outras regiões do país se convenceram que o Rio é o carro-chefe do turismo brasileiro e pararam de fazer propaganda negativo da cidade.

Texto Anterior: Prioridade é atrair os turistas do Mercosul
Próximo Texto: SP lidera turismo de negócios
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.