São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996 |
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Vistoria descartou risco de deslizamento
SERGIO TORRES
A Defesa Civil esteve na favela convocada pelo marceneiro Ícaro da Silva Nunes, 55, morador do morro da Pela Porca há 15 anos. Nunes se dizia preocupado com a situação da casa onde mora com a mulher e os dois filhos, na parte alta da favela. Após examinarem a área, os técnicos da Defesa Civil foram embora dizendo que não havia perigo de queda da encosta. A casa de Nunes não chegou a ser atingida pela avalanche, que, impulsionada pelo temporal, destruiu 16 barracos e matou 17 pessoas. O deslizamento de toneladas de lama, pedras e árvores surpreendeu favelados e governantes. Segundo moradores, nunca havia rolado sequer uma pedra no morro. Em 1994, a prefeitura tentou retirar os favelados do Sítio do Pai João, sob a alegação de que eles ocupavam um terreno pertencente ao clube de golfe Itanhangá. Os moradores recorreram à então deputada federal Regina Gordilho, que conseguiu mantê-los na favela após entrar na Justiça. A favela Sítio do Pai João começou a surgir no início da década de 70, no vale cortado pela estrada do Itanhangá, uma das ligações entre a Barra da Tijuca (zona sul) e Jacarepaguá (zona oeste). Antes da tragédia, a favela era desconhecida. Habitada por famílias instaladas há anos no lugar, ela se manteve afastada das disputas por pontos de venda de drogas, comuns na maioria das favelas e morros do Rio. (ST) Texto Anterior: Desabrigados voltam a área de risco no Rio Próximo Texto: Álcool é o principal "vilão" no Carnaval Índice |
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