São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996
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Ex de Romário é a rainha da abobrinha

Mônica é a 'âncora' da Manchete

ANGÉLICA BANHARA
EDITORA DO TV FOLHA

O "trash" total impera na programação de Carnaval da TV.
Enquanto o telefolião aguarda o desfile das escolas do Grupo Especial do Rio, que vai ao ar hoje à noite, pela Globo e Manchete, é bombardeado com o mau gosto dos bailes e, principalmente, com os comentários mais que sofríveis dos apresentadores de plantão.
Eles são o terror da tela. Mônica Santoro, a ex-senhora Romário, é o melhor exemplo de que a cobertura televisiva nesta época seria menos ruim se os "âncoras" falassem menos.
Ela apresenta os bailes da Manchete desde o começo da semana, mas atingiu seu ápice de abobrinhas na noite de sexta, quando a emissora levou ao ar o Desfile de Fantasias do Clube Mauá de São Gonçalo.
Não bastasse o telespectador desenganado ter de enfrentar uma fantasia de gueixa kabuki na categoria originalidade masculina, ainda ouviu o seguinte comentário da "apresentadora": "Os orientais são pessoas que realmente fascinam. E têm fascinado as comidas (?), com a influência dos restaurantes japoneses".
Um pouco antes, um dublê de Jaspion dividia a cena com um hipopótamo de pelúcia, um coelhinho da Páscoa e um dragão de espuma verde saltitante, concorrendo na mesma categoria.
Sem mexer o pescoço para não desarrumar o cabelo, Mônica se arrisca numa entrevista com a reitora de uma universidade e não hesita: em uma mão, o microfone, na outra, um papel, onde lê o nome da entrevistada e a pergunta.
Quem decidiu mudar de canal se deparou com a transmissão do desfile das escolas de samba do grupo B do Rio, ao vivo, em rede nacional, pela CNT/Gazeta.
O carnavalesco da Vila Isabel, Max Lopes, foi o responsável pelas maiores "pérolas", na linha: "Que bonito esse visual que estamos vendo! Interessante a bateria, com o tema 'beleza não se põe à mesa'. Mostra um pavão, e realmente não se come pavão."
É melhor desligar a TV.

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