São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996
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O FILHO DO TROVÃO

MARIO CRAVO NETO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

"A política não me interessa", afirmou Verger na entrevista a seguir, dada ao fotógrafo Mario Cravo Neto e à Folha.
*

Pierre Verger - Bom... Foi porque eu estava um pouquinho sem interesse em seguir a vida. Já tinha 30 anos e vivia sem dificuldades, segundo as indicações da minha família. Mas não era especialmente feliz. Por obrigação social, vivia em contato com gente que não me interessava e tinha interesse em frequentar gente diferente.
Quando fiz o serviço militar, poderia ter tido uma primeira oportunidade de entrar em contato com gente diferente. Porém, tive vários amigos do Liceu com igual idade, que serviram no mesmo regimento de radiotelegrafia, e acabamos formando o mesmo grupo que formávamos na vida civil. Então, perdi essa ocasião de entrar em contato de amizade com um meio social diferente do meu. Estava cansado de só conhecer gente burguesa e endinheirada, que não tinha muito interesse.
Folha - A sua família era rica?
Verger - Não muito rica. Minha família era belga, e na Bélgica tinha-se muita influência da vida inglesa. A vida de um burguês inglês era igual a nossa, de descendência belga.
Cravo Neto - Mas vocês moravam em Paris, não é?
Verger - Sim. Vivíamos numa casa bastante boa, na avenida Louis Martin, onde hoje existe um pequeno hotel particular. Éramos a burguesia, que não é a França verdadeira. Coisa verdadeira são os franceses originários do campo e que vão para a cidade. Essas pessoas são muito difíceis de conhecer. Nessa ocasião, eu queria fazer amizade com elas, mas não foi possível. Fui encontrando sempre a mesma gente e vivendo a mesma vida idiota dos pequenos nobres, que era o meio que eu frequentava.
Cravo Neto - Muitos artistas foram para Paris nas décadas de 20 e 30, os americanos, James Joyce... Você chegou a conhecer algum artista, algum intelectual?
Verger - Sim, mas pessoalmente não gosto muito de intelectual. São pessoas que estão sempre representando e, sabendo que se faz uma imagem deles, cultivam essa postura, aparentando o que não são.
Cravo Neto - Quer dizer que você não frequentou o meio artístico de Paris nessa época?
Verger - Não, só de fora. Em Paris, formamos um pequeno grupo que era a Aliance Photo. Foi a base de uma outra agência, que se chama... não me lembro agora.
Cravo Neto - A Magnum?
Verger - Da qual faz parte Cartier-Bresson. A Magnum.
Folha - E o sr. conheceu Cartier-Bresson?
Verger - Conheci, sim.
Folha - O que o sr. acha do trabalho dele?
Verger - É um bom fotógrafo, etnicamente de uma grande família industrial. Mas suas primeiras fotos foram de putas do México. Um pouquinho como o seu amigo Rio Branco, Mario, que aqui se interessa muito pelas putas da Bahia.
Cravo Neto - Miguel Rio Branco.
Verger - Ele é dos mais importantes fotógrafos contemporâneos. É mais fácil entrar em contato com as putas do que com a gente do povo. Perdi essa ocasião quando fiz o serviço militar...
Cravo Neto - Como foi que você chegou ao Brasil?
Verger - Cheguei em Recife, e o pessoal pensava que eu era um malandro, então isso facilitou com que eu travasse relações. Entrei em contato com pessoas humildes, que achavam que eu era do mesmo nível delas. Bom, eu nunca tive muito dinheiro, mas sempre tinha um pouquinho mais do que elas.
Cravo Neto - Para viajar.
Verger - E isso fez com que a gente não se tornasse amigo. É difícil deixar gente que você conhece morrer de fome, se você tem dinheiro no bolso.
Cravo Neto - Por que você resolveu viver no Brasil, mesmo tendo o país vários problemas políticos, como a ditadura de Vargas?
Verger - Na Europa só se falava de política, e a mim isso não interessava. Na França, tinha que escolher um partido político para poder viver. Então, era muito melhor viver num lugar onde não tinha que escolher um político.
Folha - E o Brasil lhe chamou a atenção por isso?
Verger - Foi uma das razões, sim. Eu queria viver num lugar onde as pessoas não me obrigassem a fazer política.
Folha - E, hoje, a política lhe interessa?
Verger - Continua não me interessando.
Cravo Neto - Você decidiu morar na Bahia durante 50 anos. Por quê?
Verger - Eu não decidi nada. Quando cheguei, vim por oito dias. Tudo é o resultado de fatos -que eu tenha vivido quase 50 anos na Bahia e que 50 anos depois, o homem ainda esteja aqui.
Cravo Neto - Mas o que a Bahia lhe deu, para que você permanecesse tanto tempo? Foi a natureza, o homem baiano, o povo?
Verger - O homem baiano era bom e simpático...
Cravo Neto - Tranquilo?
Verger - Bom, eu não sei, havia um certo charme em viver aqui. Eu vivi muito tempo em quarto de hotel, porque podia sair de um dia para o outro, e quando comecei a viver num quarto na Ladeira do Taboão, vivia com uma cama e um pote com água -e só. Quando saía para a África, deixava tudo, e comprava tudo novamente na volta, porque não sabia quando iria voltar. Nunca estive ligado às questões materiais. Se eu sobrevivi a esse negócio, a responsabilidade está lá em cima.
Cravo Neto - Quais são os prazeres e desprazeres que a vida deu a você?
Verger - Isso é muito difícil. Conheci muito mais desprazeres do que prazeres. Poderia dizer que o prazer foi a ausência do desprazer.
Cravo Neto - Mesmo tentando seguir o caminho que você próprio traçou, não quer dizer que isso seja um prazer. Pode ser também um desprazer.
Verger - Trata-se sempre de evitar as coisas que se tornam chatas.
Cravo Neto - Você sempre procurou as coisas que não chateassem, mas é muito difícil encontrar isso na vida. A gente está sempre cruzando com coisas chatas, pessoas chatas. A fotografia nos dá a liberdade, mas não se pode ir além do que se está predestinado a ser. Para subsistirmos aos conflitos, precisamos nos isolar um pouco e com isso pagarmos um tributo.
Verger - Encontrar um porquê de eu ter permanecido na Bahia é como explicar uma questão indiscreta minha. A gente faz uma coisa e nem sabe porquê.
Cravo Neto - Você descobriu a Bahia, ou seja, renasceu aqui, não é?
Verger - Sim, eu tive um enorme fatumbi e nasci novamente.
Folha - Por que nasceu novamente?
Verger - Porque o fato de ser iniciado nesse negócio de Ifá (um ritual do candomblé) me fez renascer. Essas pessoas seguramente têm uma percepção muito mais clara da coisa do que aquelas que estão fazendo raciocínio cartesiano. Sentem as coisas e sentem que o fato de ter feito a minha iniciação de babalaô me dava uma coisa nova, muito mais do que eu pensava.
Folha - O fato de o sr. ter lido o livro "Jubiabá", de Jorge Amado, não teria também influenciado sua vinda para o Brasil?
Verger - Não, ninguém me influenciou. Já tinha encontrado Jorge Amado nos anos 40, quando passei aqui pela primeira vez. Eu fui mobilizado para a guerra nesse tempo e fui mandado para Dacar. Quando fui desmobilizado, vim para cá novamente. Porém, como não tinha centavo nenhum, não podia ver os amigos que tinham alguns centavos. Estive aqui, na Argentina, no Peru, e só cinco anos depois voltei para cá, com alguma coisa no bolso. E não vivi como parasita das pessoas.
Folha - O sr. só voltou quando começou a ganhar dinheiro?
Verger - Bom, tendo a possibilidade de ganhar dinheiro como repórter de "O Cruzeiro", o que era o caso, eu podia me apresentar na casa dos amigos sem dizer: "Alô, alô, estou aqui... me dá de comer, me dá um lugar para dormir". Antes, como não podia, era difícil. Os jornais brasileiros nessa época, que é a época de Vargas, recebiam o material de fotografia de uma agência estrangeira. Como eu tinha que ganhar a vida, fui para a Argentina, onde trabalhei para jornais que, afinal, não pagavam.
Cravo Neto - Qual é o seu mito, Verger? Você tem um mito na vida?
Verger - Eu não sei. Mito para mim é um bicho que come lã, é "mite".
Cravo Neto - "Mite"?
Verger - "Mite" é um bichinho que come...
Cravo Neto - Ah! Sei. É a traça. (risos)
Verger - Traça, sim.
Cravo Neto - O mito de Verger é a traça, que come a roupa e que, em francês, é "mite".
Verger - Sim, foi um mito para mim, porque escapei...
Cravo Neto - Elas não te comeram, não é?
Verger - ... escapei de maneira muito agradável, finalmente. Passava em Buenos Aires um casal francês, que era o barão Jean de Ménil e sua mulher, diretores da famosa companhia Schlumberger, exploradores de petróleo e que durante a guerra haviam instalado sua companhia em Houston, Texas. Eles haviam deixado a França, e aconteceu que tínhamos um amigo comum, que teve a ocasião de nos mostrar os becos de Buenos Aires, em 1941, se bem me lembro.
Passamos o Réveillon em lugares um pouco menos elegantes dos que eles conheciam. Finalmente, na conversa, falei a eles que o Peru era um lugar mais interessante do que a Argentina para um fotógrafo. E eles tiveram a generosidade de me mandar a ajuda que me permitiu ir depois para o Peru, onde fiquei cinco anos.
Folha - Na fotografia, o sr. teria recebido alguma influência?
Verger - Não, porque nunca olho fotos dos outros. Detesto copiar as pessoas, e se você viu alguma foto minha igual, foi espontânea. Não faço mais foto, porque sempre tenho a impressão de copiar alguém. Quase não olho as fotos dos outros, porque depois me impede de fotografar a mesma coisa...
Cravo Neto - Na década de 60, você parou de fotografar. Teria sido porque outras coisas vieram, que eram mais importantes, ou porque você simplesmente não encontrou coisas que lhe interessassem mais?
Verger - As primeiras fotos profissionais que fiz foram fotos para ganhar dinheiro. Foi quando fiz o giro ao redor do mundo para o "Paris-Soir". Acompanhando o jornalista, vi que ele estava todos os dias pensando o que ia escrever, tomando notas, olhando a coisa só para ter idéias para o artigo. Então, eu me prometi nunca escrever, para não ter essa chateação.
Como fotógrafo, era maravilhoso, vivia por aqui, e se havia uma foto: puf! Quando tive que escrever, fui obrigado a fazê-lo porque um instituto, que me havia dado uma bolsa de estudos, exigiu. Tinha que escrever o que havia observado. Disseram: "Escreve". Eu nunca havia escrito em minha vida. "Bom, não importa, o senhor tem que escrever o que tem observado." Tive que pensar. Detesto pensar. Toda a espontaneidade de que gostava na vida se esfumou.
Cravo Neto - Você começou a deixar de fotografar quando teve que escrever sobre as suas próprias fotografias, porque começou a perder a espontaneidade. E a grande coisa da fotografia de Pierre Verger é isso, uma grande espontaneidade que une as pessoas, une os homens, os indivíduos. Até hoje sua fotografia, Verger, projeta espontaneidade, e essa é a maior coisa, é a maior lição que eu já vi na arte fotográfica.
Verger - Perfeito, isso foi perdido pelo fato de que fui obrigado a escrever.
Folha - Aí, o sr. deixou de fotografar?
Verger - Não, segui fazendo foto porque era repórter. Porém, não com muita vontade.
Cravo Neto - E quando foi que você teve que começar a escrever sobre suas fotos? Em que época?
Verger - Bom, foi... por volta de 1953, mais ou menos. Quando eu tive uma outra bolsa. Então, (Théodore) Monod (diretor do Instituto Francês da África Negra) tinha dado um milhar de negativos como meu pagamento a cada ano que ficasse na África. E Monod me obrigou a escrever e disse: "Se o senhor não escrever, não vai ter mais bolsa de estudo". Então, tive que escrever... Fui passar um ano na ilha de Goré com um metro e vinte de notas que tinha tomado. Tinha tomado notas não para escrever, mas para não esquecer, porque não tinha boa memória. Então, estava lá, e finalmente fiz essas duas obras, "Dieux d'Afrique" e "Mémoire de 51".
Cravo Neto - Eu não consigo ver a diferença entre fotografias suas da década de 40 e da década de 50. Talvez tenha sido diferente para você, mas elas não mostram essa diferença para os outros.
Verger - Não, porque evitei me deixar chupar por esse mundo intelectual. Até agora não me interessa saber o porquê das coisas. E as pessoas que fazem pesquisas querem saber o porquê. Eu pretendo que não tenha o porquê e me recuso a pensar só no porquê das coisas. Porque, para mim, o porquê é uma porcaria. Tem dois lados, tem um lado em que você é nobre e outro lado em que você é "inobre"... Eu não quero saber. Se faço uma coisa é porque quero fazer a coisa.
Cravo Neto - Essa é que é a maior liberdade do homem. É fazer aquilo que faz porque quer, porque gosta. A gente faz as coisas que gosta e joga nesse mar de confusão.
Verger - E as pessoas passam o tempo a pedir o porquê. Eu faço sempre a comparação com o tempo da minha juventude. Era elegante ter um chapéu na cabeça e, quando você encontrava uma dama, tinha que tirar o chapéu. Por quê? Ninguém sabe. Então, para você mostrar que era bem educado, quando você entrava em uma casa, tinha que tirar o chapéu. Se entrava na igreja, tinha que sacar o chapéu. Se entrava na sinagoga, tinha que botar um chapéu. Por quê? Ninguém sabe. E a gente mata o outro que não faz a mesma coisa que nós.
Folha - Tirar o chapéu seria apenas uma convenção social, transitória.
Verger - Eu não sei o que é. Para mim é uma coisa idiota. Eu não posso esquecer que meu pai era belga e, por necessidade de trabalho, veio se estabelecer em Paris. Então, fui educado à francesa, antes da guerra de 14, com ódio à Alemanha, que nos tinha roubado nossa Alsácia, nossa Lorena e comia chucrute. Era gente desprezível por essa razão, e não posso me esquecer que por outra razão qualquer, meu pai tomou o trem de Berlim. Eu teria nascido na Alemanha e seria alemão, com ódio dos franceses. Então, me botaram um fuzil nas mãos, e eu fui mobilizado, quando fiz meu serviço militar, durante a guerra, para ir matar os alemães. Se tivesse nascido em Berlim, me teriam botado um fuzil também: para ir matar os franceses. O que todo esse negócio tem a ver comigo? A educação para mim é uma idiotização da gente. Para que obrigar a pessoa a viver segundo uma maneira que não tem nada que ver com a natureza dela? Porém, você tem que fazer, senão lhe botam no cárcere. Senão dizem que você é um sujeito imoral, sujo e não sei o quê...
Cravo Neto - Você encontrou no candomblé, na Bahia, na África, uma área mais livre para a sua vida?
Verger - Eu... as pessoas que vão ao "santo" podem manifestar qual é sua verdadeira natureza. O santo é a verdadeira natureza da gente, que se manifesta por meio do que se chama transe de possessão. Ela tem na realidade um transe de expressão da verdadeira personalidade e é respeitada porque é considerada como uma divindade.
Folha - Quer dizer que o candomblé dá essa liberdade que você sempre aspirou?
Verger - Você pode ter uma pessoa aqui, um veado que gostaria de ser mulher. Bom, ele pode ir para a Oxum e, nesse caso, pode passear e fazer... Se fizer, normalmente todo mundo dará em cima: "Ah! que bela Oxum".
Você é um sujeito masoquista. Então, se é tomado, por exemplo, por Omolu, fica em público se coçando, mostrando o aspecto repugnante que tem. E todo mundo: "Ah! que Omolu interessante". Ele pode, imagine, mostrar os aspectos repelentes que têm. É o prazer dele.
Se ele tem que ser um sujeito muito macho, que quer mandar nos outros, mas não pode porque é muito pobre, com Xangô ou com Ogum, ele mostra sua virilidade. E todo mundo está lá: "Ah! que Xangô. Ah! que Ogum maravilhoso". Ele mesmo tem a satisfação de ser o sujeito que pode mostrar o poder que tem.
Então, a pessoa pode ser durante certo tempo o que ela é. Senão, tende a ficar um sujeito muito gentil, muito correto com quem tem dinheiro e em relação a quem, em geral, tem ódio. Isso é que é a vida para as pessoas: elas têm que respeitar o sujeito que odeiam. Com o candomblé, bom, ele enxergou e é respeitado. Vê as pessoas que se ajoelham diante dele, fica satisfeito. Eu acho que, para as pessoas, isso é muito agradável: ser respeitado, quando não se tem centavo nenhum no bolso.
Cravo Neto - Quer dizer, o paradoxo existe para nós, ocidentais. No candomblé, não há paradoxo, é uma unidade, é uma coisa só.
Verger - No candomblé, não há ocidentais, não há orientais, há pessoas insatisfeitas, porque são obrigadas a viver de uma maneira que não tem nada a ver com a natureza que têm. Por preconceitos idiotas. Porque educação é uma idiotização das pessoas, obrigando a gente a viver segundo normas que nem respeitáveis são. E se você falar essas coisas em público, é doido. Tem que ficar calado e pronto.
Cravo Neto - Durante toda sua vida, você lutou contra isso, não? Pelo menos tentou seguir um caminho.
Verger - Aceitei que as pessoas me deixassem em paz.
Cravo Neto - Mas é uma luta de certa forma.
Verger - Eu não me meto na vida dos outros. E que os outros não se metam na minha vida.
Cravo Neto - Outro dia, li uma declaração sua a um jornal, em que você dizia que na Bahia não tem sincretismo. Existe um sincretismo baiano ou não existe?
Verger - Existe.
Cravo Neto - Por quê?
Verger - Essa é outra questão. Por quê? Não se sabe.
Cravo Neto - Mas qual é a questão em si?
Verger - Porque há na gente sentimentos diferentes sobre uma coisa. Em certos momentos, há uma certa disposição, e dez minutos depois você está com disposição diferente. É a mesma coisa que botar água e azeite em um copo. Os dois não se misturam e estão no mesmo recipiente. Há momentos em que a gente é água e momentos em que é óleo. Momentos em que é católico e momentos em que é Xangô, Oxum. Com a mesma sinceridade.
É muito interessante pensar que a gente não está matando o outro porque não acredita na mesma coisa que ele. E o católico, durante séculos, matou o protestante. No Dia de São Bartolomeu, em Paris, não sei o que matou todos os crentes. Até o rei Charles 9º estava lá, na galeria do Louvre, matando com um arcabuz os protestantes. Eu não tenho nada que dizer às pessoas. As pessoas têm que ser corrigidas... O que eu posso fazer para que elas me deixem em paz e eu possa viver o que quero sem que me façam perguntas indiscretas para acalmar suas próprias inquietudes? Isso mostra que não se está seguro de si e, não contente de aceitar a sua inquietude, quer botar a inquietude no outro.
Cravo Neto - Quer jogar...
Verger - Se vem um sujeito que não está com a inquietude da gente, a todo custo ele quer que a gente também participe dessa vergonha de estar na Terra. Não é por bondade, é por maldade que a gente quer que todo mundo tenha essas dificuldades.

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