São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996 |
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Festa impulsiona vendas na Ladeira Movimento em lojas é 10 vezes maior ALINE SORDILI
Libanês, com 53 anos e há 33 instalado no número 85 da Ladeira Porto Geral (zona central de São Paulo), Feghali não calcula o faturamento, não fecha o caixa. "Não tenho sócio, não preciso prestar contas." Mesmo sem saber quanto ganha, ele comemora as vendas de janeiro a fevereiro. Este ano está particularmente feliz com as vendas das fantasias de Cigana e Mamonas Assassinas. Assim com Feghali, Pierre Sfeir, 39, vibra com as vendas carnavalescas. "A cigana Dara, da novela Explode Coração, está dobrando as vendas", diz. Sfeir, há 20 anos na Ladeira -como a rua é mais conhecida-, montou a loja Festas e Fantasias há um ano e meio. Para se garantir no resto do ano, a loja vende fantasias de acordo com a época. O próximo passo são as fantasias de coelho, que custarão cerca de R$ 55. Para Nilson José de Andrade, 49, dono da Bijouterias e Armarinhos Mundial, o faturamento do Carnaval é dez vezes maior que nos meses normais -quando atinge cerca de R$ 2.000. "Para sobreviver nos outros meses, por exemplo, trabalho com Páscoa em abril, noivas em maio, festa junina em junho, dia das bruxas em outubro e Natal em dezembro", diz Andrade. Ele acredita que "não há crise para os brasileiros no Carnaval". "Pode ter economia, mas não crise", afirma. Andrade vende 300 fantasias infantis de R$ 15 por dia, enquanto as importadas de R$ 70 estão encalhadas. Até mesmo as vizinhas da Ladeira estão lucrando com o Carnaval. Das lojas da rua Varnhagem, duas estão vendendo muito mais em janeiro e fevereiro. A loja A Cidade dos Botões existe há 43 anos e há seis decidiu vender artigos de Carnaval. Segundo Mário César de Brito, 43, gerente, o movimento das vendas do Carnaval "segura" a loja por dois anos. A loja não vende fantasias prontas, só os artigos para montar as roupas. A sua vizinha Carnival também segue a mesma linha, vendendo apenas acessórios. Texto Anterior: Restaurantes apostam na 'ressaca' Próximo Texto: Fechamento de empresas causa polêmica no setor Índice |
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