São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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Folha circulou pela primeira vez há 75 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1921, o dia 19 de fevereiro era um sábado, véspera da eleição que renovaria a bancada paulista no Congresso Nacional. Era o assunto do dia e também a manchete de um jornal que circulava pela primeira vez.
A "Folha da Noite" -um dos títulos que a empresa Folha da Manhã S.A. manteria até o final de 1959- trazia na primeira página seis notícias e um editorial.
Anunciava a criação do primeiro sindicato de funcionários municipais e transcrevia declarações de Lloyd George, o primeiro-ministro britânico: ele não exigiria indenizações de guerra que a Alemanha não pudesse pagar.
Nesses 75 anos, a Folha foi responsável por inovações tecnológicas -impressão em off-set (1967), redação informatizada (1983)- que a mídia brasileira só adotaria nos anos seguintes.
No ano passado, inaugurou o Centro Tecnológico Gráfico-Folha, em Tamboré (zona oeste da Grande São Paulo), com investimento de US$ 120 milhões. As novas rotativas elevam em 42% a capacidade de impressão e permitem a utilização de cores em 75% das páginas do jornal.
Em 1986, a Folha se tornou o maior diário brasileiro. Em 1994, registrou uma circulação paga que a colocou como o maior jornal do hemisfério. Foi o primeiro a superar, aos domingos, a marca de 1,5 milhão de exemplares.
Em termos editoriais, a Folha abriu espaço, em 1974, aos setores da sociedade civil empenhados na redemocratização do país. Quatro anos depois, definiu a primeira versão do projeto editorial de apartidarismo crítico que continuou adotando.
Em episódios como o debate pela anistia aos presos e exilados políticos (1979), a campanha das diretas-já (1984) ou o impeachment de Collor (1992), o jornal conseguiu se posicionar com independência porque financiou sua modernização com recursos próprios e não precisava de favores oficiais.
O projeto de Olival Costa (1876-1932) era bem menos ambicioso há 75 anos. Ele e seu sócio, Pedro Cunha, lançaram o jornal como um vespertino a ser lido no bonde. Noticiavam com prioridade os efeitos da carestia e as deficiências dos serviços públicos.
Em 1925 o jornal comprou rotativas próprias e lançou uma edição matutina, a "Folha da Manhã". Foi vendido, em 1931, para Octaviano Alves de Lima, cafeicultor que priorizou a defesa dos interesses da lavoura.
O controle acionário mudou novamente em 1945. José Nabantino Ramos se tornou o principal acionista e lançou uma terceira edição do jornal, a "Folha da Tarde". As três edições se fundiram em 1º de janeiro de 1960 com o título de "Folha de S. Paulo".
O jornal foi comprado em 1962 por seu atual "publisher", Octavio Frias de Oliveira, e por Carlos Caldeira Filho (1913-1993).

LEIA MAIS
sobre os 75 anos da Folha nas págs. 1-10 e 1-11

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