São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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Mangueira faz desfile 'de espuma'

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

Se não contasse com o inconfundível verde-e-rosa e o vozeirão do puxador Jamelão, a tradicional Mangueira não seria reconhecida ao entrar no Sambódromo para encerrar o segundo dia do desfile no Rio de Janeiro.
Todas as alegorias do carnavalesco Oswaldo Jardim, contratado para dar leveza a uma das escolas mais tradicionais do Rio, são feitas de espuma.
"A Mangueira vai balançar sem parar, mesmo quando eu não quiser", afirma Jardim.
O ineditismo de um desfile de espuma não será a única surpresa da escola. Monstros, serpentes e assombrações de lendas do Maranhão têm feições engraçadas, como brinquedos.
"Não faço desfile para desembargador. Carnaval é gaiatice. As crianças não vão chorar com meus monstros, vão rir muito", diz Jardim. "Gosto mais de sacanagem do que de contemplação."
A inovação foi aprovada pela diretoria da Mangueira (quinta colocada no ano passado), o que não garante que o carnavalesco continuará o mesmo no próximo ano.
"O desfile é minha noite de núpcias com a velha Mangueira. Só na avenida vou saber se transei bem ou se não dei conta da velha", afirma Jardim.
(AF)

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