São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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A estratégia da folia

CIDA SANTOS

Em plena segunda-feira de Carnaval, a turma do vôlei se divide entre o samba das escolas e os treinos nos ginásios. De olho nas semifinais da Superliga feminina, que começam sexta-feira, os times apostam em estratégias diferentes.
O invicto Leite Moça, dono de uma campanha perfeita, com 23 vitórias e apenas seis sets perdidos, deu um tempo na malhação: o time ganhou dois dias de trégua nos treinos. Denise, Ana Paula, Ricarda, Karin e o técnico Sérgio Negrão sairiam ontem na ala dos coelhos da Caprichosos, no Rio.
No Sollo e no Trasmontano, as atletas também ganharam dois dias de folga. Já as meninas do BCN não tiveram mole: treinam todos os dias. O técnico Cláudio Pinheiro já disse: "Quem quiser compra a fantasia e pula na quadra".
BCN e Trasmontano abrem as semifinais na sexta-feira. Nesta temporada, o BCN montou uma equipe com características ofensivas. O quebra-cabeça do técnico Cláudio Pinheiro era como colocar no mesmo time Hilma e Fernandinha Doval, duas atacantes da pesada, mas que não recebiam saque.
Às vésperas das semifinais, Pinheiro vibra com o progresso de Fernandinha na recepção: um índice de 70% de aproveitamento.
No Trasmontano, o técnico Chico Santos aposta no crescimento do time ao longo da temporada.
Maior prova foi o jogo contra o Leite Moça no returno. O Trasmontano foi o único que venceu dois sets do líder do campeonato.
O time tem Estefânia de volta à velha forma; tem Rosângela, atacante que pega uma bola a 3,25m do chão; e ainda conta com Vera Mossa e a levantadora Fofão.
Nos dois confrontos na Superliga, o BCN venceu o Trasmontano, mas, nas semifinais, é difícil arriscar um palpite. A previsão é o equilíbrio total.
Já na outra semifinal, que começa sábado, o Leite Moça é o favorito contra o Sollo. Unanimidade nacional, Fernanda Venturini desequilibra o jogo.
O técnico Cacá Bizzocchi, do Sollo, diz que, para enfrentar o Leite Moça, a estratégia é alternar táticas. O motivo é simples. Fernanda assimila rápido o jogo do adversário: aonde ele está sacando e o que pretende com isso. A saída é variar bastante para não dar tempo de ela se adaptar à tática.
Agora é esperar para ver se o Sollo consegue o que ninguém conseguiu: vencer o Leite Moça.
Mais do que isso: vencer três vezes o Leite Moça, na série de cinco jogos, para chegar às finais. Uma missão quase impossível.
Notas
Para quem acompanha o vôlei há anos, não dá para deixar de lamentar o rebaixamento do Fiat/Minas. O time, tricampeão brasileiro nos anos 80, acabou a fase de classificação na lanterninha da Superliga Masculina. O Fiat/Minas, de tanta glórias, não merece esse fim.
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Surpresa no Italiano: o Modena, um dos favoritos para o título, perdeu para o Macerata, sétimo colocado, por 3 sets a 2. Foi a terceira derrota do Modena em 20 jogos. A rodada foi boa para o Alpitour Cuneo, do espanhol Pascual. O time venceu o Sisley, de Zorzi e Bernardi, por 3 a 0 e agora é o líder isolado com dois pontos de vantagem sobre o Modena.
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O Napoli, de Pampa, conseguiu um grande resultado: passou pelo Gabeca por 3 a 2. Pampa foi eleito o melhor jogador com 19 pontos e 33 vantagens. O Napoli está em nono lugar e, para chegar ao play-off, tem que vencer os dois próximos jogos e torcer por duas derrotas do Padova ou do Lube. Os seis times já classificados são: Alpitour, Modena, Sisley, Ravenna, Gabeca e Cariparma.
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No Japonês, a dona da bola continua sendo a NEC, de Eduardo Pezão. A equipe lidera com 12 vitórias e 5 derrotas. Na Divisão A-2, Jorge Édson machucou as costas e desfalcou o Sumitomo em jogos decisivos. Jorge já voltou ao time, mas o Sumitomo corre o risco de não subir para a A-1.

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