São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sanção aos sérvios deve ser suspensa pela ONU

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A ameaça ao acordo de paz na Bósnia foi revertida ontem, segundo os EUA, com pactos para a suspensão das sanções contra os sérvios da Bósnia, para a unificação das cidades de Sarajevo e Mostar, para a libertação de prisioneiros e para a apuração dos crimes de guerra.
Os presidentes de Bósnia, Sérvia e Croácia, reunidos com diplomatas ocidentais em Roma, decidiram que todas as facções da Bósnia retomarão negociações com a Otan, a aliança militar ocidental, responsável pela implementação do acordo.
Os sérvios haviam rompido as ligações com a Otan e com a federação muçulmano-croata por causa da extradição de dois oficiais sérvios suspeitos de crimes de guerra.
"As três partes concordaram que todos os contatos, militares e civis, cortados recentemente, serão retomados", disse o enviado dos EUA, Richard Holbrooke.
O primeiro encontro ocorre hoje no porta-aviões americano George Washington, no mar Adriático.
Holbrooke também disse que os presidentes Alija Izetbegovic (Bósnia), Slobodan Milosevic (Sérvia) e Franjo Tudjman (Croácia) se comprometeram a ajudar o tribunal para crimes de guerra.
Croácia e Sérvia decidiram que vão apressar o processo para o reconhecimento mútuo. Milosevic também decidiu criar uma "linha direta" com o presidente bósnio para resolver os problemas que surjam na implementação do acordo. Os dois presidentes devem fazer reuniões mensais.
Houve também um novo compromisso dos presidentes com a libertação dos presos de guerra.
Richard Holbrooke anunciou que a partir desta semana a ONU começará a suspender as sanções contra os sérvios da Bósnia, já que a Otan atestou que os sérvios estão cumprindo o acordo. A ONU mantém sanções comerciais e militares aos sérvios da Bósnia desde 1992.
Saiu da cúpula de Roma também que a entrega dos bairros sérvios de Sarajevo (capital) à federação muçulmano-croata ocorrerá, como estipulado no acordo de Dayton, no dia 20 de março.
A partir de então, até as eleições, previstas para setembro, os líderes sérvios participarão da administração da cidade, que tem mais de 100 mil sérvios.
Em uma negociação separada, que reuniu os prefeitos croata e muçulmano de Mostar (sul), os dois grupos decidiram manter unida a cidade. O plano de reunificação da cidade entra em vigor a partir de amanhã.

Texto Anterior: Samper nega ter admitido renúncia
Próximo Texto: Explosão em Londres deixa dez feridos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.