São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996 |
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Balanços cor-de-rosa O rombo patrimonial do Banco Econômico está estimado em cerca R$ 1,8 bilhão. O do Nacional é da ordem de R$ 4 bilhões. A soma desses valores indica a magnitude do custo do socorro aos bancos para o erário. Ainda que evitar uma crise maior justifique tais operações, não há desculpa para as empresas que, pouco antes, endossaram balanços tranquilizadores. O prejuízo do Nacional não surpreendeu só correntistas desavisados, mas até os mais bem informados operadores do mercado. Supunha-se um rombo na casa de R$ 1 bilhão. Os outros R$ 3 bilhões referem-se a empréstimos irregulares e fraudulentos encontrados agora pelo BC. Pode ser um dos maiores escândalos dos últimos anos. Os antigos controladores devem sofrer as penas da lei. Mas é inaceitável que as auditoras dos bancos saiam ilesas, se ficar claro que houve negligência ou coisa pior. A quebra de um banco, além dos danos a acionistas, pode causar enormes prejuízos a milhares de correntistas, sem falar no abalo que provoca no sistema financeiro. Nos casos em que o governo cobre o rombo, é a população do país que sai lesada. O que, como é óbvio, não alivia a responsabilidade dos que eventualmente tiverem endossado balanços enganosos. É fundamental que se agilize a criação de procedimentos legais que permitam ao BC punir rápida e eficientemente empresas de auditoria que se mostrem negligentes ou endossem fraudes. Não se pode aceitar que verdadeiros malabarismos contábeis continuem a dar um tom cor-de-rosa a contas completamente submersas no vermelho. Texto Anterior: Uma caixa menos preta Próximo Texto: Somos todos Nilson Gibson Índice |
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