São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Covas reage a críticas de procuradores

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mário Covas reagiu ontem às críticas contra sua decisão de nomear Luiz Antonio Marrey para o cargo de procurador-geral de Justiça de São Paulo.
Marrey foi o segundo colocado em eleição realizada no Ministério Público. O vencedor foi o último ocupante do cargo, José Emmanuel Burle Filho.
O grupo que apoiou Burle afirma que Covas foi antidemocrático.
"Antidemocrático é querer impedir o exercício de minha prerrogativa constitucional", afirmou Covas. A Constituição prevê que o governador pode nomear qualquer um dos nomes da lista tríplice elaborada pelo Ministério Público.
Covas também rebateu a afirmação, feita por Burle, de que a escolha é uma ameaça à independência da instituição. Ele disse que já deu demonstrações de respeito à autonomia do Ministério Público.
Como exemplo, citou o parecer que encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) defendendo a suspensão do artigo da Lei Orgânica do Ministério Público que concentrava nas mãos do procurador-geral o poder de investigar as principais autoridades do Estado.
Marrey afirmou ontem que as reações contra sua nomeação são "isoladas" e "artificiais". Ele divulgou nota em que diz que exercerá o cargo de maneira "independente e profissional".
O presidente da Associação Paulista do Ministério Público -que publicou nota de protesto contra a nomeação de Marrey-, Washington Barra, afirmou que o descontentamento com a nomeação não é "reação localizada".
"Temos recebido manifestações de todo o Estado, inclusive de eleitores de Marrey", disse.

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